09 setembro 22
Feiras

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Espanhola Modaes gostou do que viu no Modtissimo

“A sexagésima edição do MODTISSIMO, que se realizou entre 6 e 7 de setembro no recinto de feiras da Exponor, no Porto deverá receber cinco mil visitantes contra os três mil na edição anterior”, escreve a revista especializada espanhola Modaes.

“A indústria da moda portuguesa já recuperou em 2021 os valores de antes da pandemia”, refere a publicação, para dar voz ao presidente da ATP, Mário Jorge Machado, para quem esta edição “é um recorde”, tanto em número de visitantes como de compradores internacionais, sobretudo de países europeus como Espanha, França ou Alemanha.

O primeiro dia do evento terminou com corredores cheios e uma boa afluência, segundo a maioria dos expositores citados pela Modaes. Os compradores também ficaram satisfeitos com a oferta da feira: “Portugal tem uma indústria de muito boa qualidade”, salientou um comprador alemão à revista espanhola.

“Esta edição é muito melhor que a de fevereiro, veem sempre mais compradores e fecham-se mais negócios”, acrescentou um representante de um expositor de tecidos técnicos. Por seu lado, um comprador de um dos maiores grupos de distribuição de moda em Espanha valorizou o “bom trabalho” da indústria portuguesa.

No entanto, apesar dos números positivos do MODTISSIMO, era visível segundo a Modaes, a tensão das empresas face ao futuro da indústria. “Aproximam-se meses muito complicados e não sabemos o que vai acontecer”, disse um representante da A. Sampaio & Filhos, especializada na produção de tecidos estampados.

A LMA assegurava à revista que nos últimos meses houve uma queda nas encomendas: “a situação é muito difícil; quando estávamos prestes a recuperar da pandemia veio isto”, especificou. “A guerra está a causar muitos danos”, concordou um representante do Panorama Têxtil. Mas há também os mais otimistas. “Embora haja um conjunto de incertezas, o futuro é positivo, não paramos de receber encomendas”, assegurou a Albano Morgano.

A grande oportunidade, concordaram a maioria dos expositores que falaram com o jornal espanhol, está na abertura de novos mercados e na promoção sustentável. “Exportamos cada vez mais para os Estados Unidos e Canadá, é onde a indústria portuguesa pode ter mais futuro”, dizia um expositor.

A Modaes salienta, por outro lado, que Espanha é o único país onde as exportações têxteis portuguesas não recuperaram os valores de antes da pandemia, com uma queda de 10% no primeiro semestre de 2022 face ao primeiro semestre de 2019.

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