21 abril 21
Marcas

T

El Corte Inglés renegoceia dívidas de 3,5 mil milhões

O grupo espanhol El Corte Inglés concluiu um acordo com os seus credores para renegociar as condições de pagamento da dívida, que ascende a 3,5 mil milhões de euros e que resultam da contratação, há um ano, de dois empréstimos para fazer face à crise provocada pela pandemia de Covid-19.

A empresa pediu aos bancos que alterassem algumas das cláusulas de um dos empréstimos (de 2,2 mil milhões de euros) que assinou no final de fevereiro do ano passado. O El Corte Inglés pediu mais tempo para cumprir as condições decorrentes do acordo, especialmente aquele que mede a relação entre a dívida e o lucro operacional. O El Corte Inglés prevê que não será capaz de cumprir o compromisso estabelecido, pelo que acordou com os credores uma prorrogação de dois anos.

O outro empréstimo, conseguido junto do Instituto Oficial de Crédito (ICO) em abril de 2020 e no valor de 1,3 mil milhões de euros, foi também renegociado: o credor concordou em estender o seu vencimento até 2026, um ano após o que foi inicialmente estabelecido, com a contrapartida da revisão em alta da taxa de juros imposta à operação.

A empresa foi fortemente impactada pelos sucessivos estados de emergência, que implicou, entre outras restrições, o encerramento de todo o comércio não essencial durante várias semanas. Nesse quadro, o El Corte Inglés apresentou no final de 2020 um resultado operacional bruto (EBITDA) negativo.

Apesar de no terceiro trimestre do ano (terminado em novembro do ano passado) o El Corte Inglés ter registado uma melhoria na evolução das vendas, com um EBITDA positivo, o total do ano não permitiu atingir os resultados esperados. Para cumprir as novas condições negociadas, o grupo pretende promover um plano de desinvestimentos de até três mil milhões de euros, colocando à venda alguns dos seus ativos imobiliários e promovendo o despedimento de cerca de três mil colaboradores.

A reabertura do turismo e o abrandamento das medidas restritivas impostas em algumas comunidades autónomas serão fatores essenciais para a recuperação da empresa e o cumprimento dos seus compromissos financeiros. Os turistas geram cerca de 15% das vendas totais do El Corte Inglés.

Partilhar