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Nascida em 2004 orientada aos desportos de água, a Deeply foi-se especializando no surf com produtos que competem com os líderes mundiais do sector. Nos próximos dois anos quer afirmar-se como referência nos 3 S’s (surf, skate e snowboard) e ambiciona mais que duplicar as vendas online já no próximo ano. Ricardo Aragão, director de markting, explica o projecto e estratégia da marca do grupo Sonae especializada em desporto e lifestyle.
Como se posiciona a Deeply no competitivo mercado da moda ligado ao surf?
Uma marca de surf tem de ter uma mensagem forte sendo que na Deeply, ter uma vasta oferta de produtos técnicos e um Team de Surf, que constantemente acompanha a sua criação, credibiliza e posiciona a marca como uma verdadeira surf brand. Há três anos criamos, ainda, um fórum que batizamos de SCT – Stimulating Creative Thinking. O objetivo deste é permitir recolher ideias de forma inovadora e criativa para termos produtos cada vez com mais qualidade, conforto e tecnicidade. Os atletas participam sempre no SCT, juntamente com a equipa de gestores de produto e designers. Os atletas são uma parte crítica no desenho do produto, nomeadamente na parte de teste do mesmo. O Vasco Ribeiro, campeão Mundial Júnior de Surf, veio credibilizar ainda mais a aposta da marca no mundo do surf, sendo um excelente meio de divulgação da marca através da comunicação diária que faz nas redes sociais e que são seguidas por milhares de fãs.
Quais as motivações para o reposicionamento específico no sector do surf?
A Deeply nasceu em 2004 como uma marca orientada aos desportos de água, como o surf, o bodyboard, o mergulho e a vela. Ao longo dos anos foi-se especializando no surf deixando para segundo plano os outros desportos. O rebranding marca a rutura entre a Deeply vocacionada para os desportos de água e a nova Deeply que tem claramente o surf como seu ADN. Temos como objetivo consolidar a nossa posição no surf e avançar para o snowboard nos próximos 2 anos e daqui a 5 anos estarmos presentes nos 3 S’s (surf, skate e snowboard). A qualidade dos produtos aumentou a um ritmo muito elevado na Deeply e os nossos produtos mais técnicos são já comparados com as marcas referência no sector.
Assume-se como uma marca portuguesa, ou entende que isso é ainda um handicap no mercado internacional?
Assumimo-nos como uma marca portuguesa de referência no surf da qual nos orgulhamos muito. Na Deeply somos profundamente apaixonados por surf e pela natureza e temos como objetivo partilhar este sentimento com o maior número de pessoas. O nosso objetivo não é só chegar à europa, é tornar a marca global, e para isso apostamos agora nos 3S: surf, snowboard e skate.
É já possível um balanço sobre a estratégia de ligação estreita com atletas e escolas de surf?
O balanço não podia ser melhor até agora. Somos a marca de surf nacional que mais aposta no surf em Portugal. Atualmente temos um Team de 10 atletas, dos quais 8 são portugueses. Temos como ambição estar presentes em várias fachas de idades e por isso temos atletas desde os 14 até aos 35 anos. O Vasco Ribeiro é claramente o atleta masculino com maior relevo no Team. A aposta especifica no Vasco tem tido resultados fantásticos para a marca. Não só em termos de brand awareness mas também porque participa no desenvolvimento dos produtos da marca, desde os fatos de surf à coleção têxtil e aos boardshorts. O investimento Deeply passa também pelas escolas de surf. O surf está claramente na moda e o papel das escolas como primeiro touch point é crítico. Em Portugal apoiamos 11 escolas de surf powered by Deeply, desde o Porto até Sagres passando pela Ericeira e Peniche.
Do ponto de vista técnico, quais as especificidades e características técnicas dos equipamentos da Deeply?
Sabemos que existe uma grande exigência nos produtos mais técnicos e o look&feel tem de ser muito actual em termos de tendências. As mais recentes inovações técnicas são os fatos sem fecho, compostos por neoprene SX ultra flexível que garante menos peso e uma liberdade excelente nos movimentos, tecnologia Fast Dry que assegura a secagem rápida do tecido, ajudando a manter o corpo confortável em sessões de surf prolongadas. A abertura nas golas, sem costuras, permite também vestir e tirar o fato mais facilmente.
É tudo made in Portugal?
Para além dos produtos serem integralmente desenhados pela nossa equipa de designers Portugueses, o futuro da Deeply passará pela produção maioritariamente nacional de todos os seus produtos.
A nova campanha Right On foi gravada na Indonésia por algum motivo/objectivo específico?
A Indónesia é um destino de excelência para todos os surfistas, pelas ondas de qualidade excepcional nas suas várias ilhas. A comunidade surfista desloca-se para este país por este apresentar boas condições para surfar. Uma vez que a Deeply tem o surf no seu ADN, fez todo o sentido fazer aqui esta campanha.
Qual a estratégia para o avanço no mercado espanhol?
Além da loja online em Espanha, lançada no ano passado, que tem se traduzido com grande sucesso nas vendas, queremos ter um Team de Surf muito forte com grande influência no meio, ter escolas de surf nas melhores praias, ter produtos capazes de se diferenciarem da concorrência e garantir um serviço de entrega de excelência. No início de 2016 fechámos dois contratos muito importantes para o Team de Surf. O primeiro foi com a surfista e modelo Lucía Martiño, várias vezes campeã de surf espanhola. O segundo foi com o surfista canário Jonathan Gonzalez, que se sagrou campeão Europeu de Surf em 2016, já com a Deeply como seu principal patrocinador.
Quais os produtos com maior mercado?
Os produtos técnicos da marca são de facto a aposta mais forte da mesma. O nicho explorado pela Deeply tem desde fatos a pranchas, a preços entre 30% a 40% inferiores aos das marcas líderes mundiais, como a Billabong, a Rip Curl e a QuickSilver.
Quantidades globais de produção, volume de negócios e perspectivas de evolução?
A partir do início de 2016, a Deeply alargou o seu canal de vendas ao e-commerce. Para além das mais de 100 lojas físicas, a Deeply passou a estar disponível on-line através do seu site Deeply.eu. No off-line o crescimento tem sido positivo e sustentado ao ponto de termos aberto, muito devido ao perfil do consumidor Deeply, a loja on-line, sendo que este ano comemoramos um ano, quer em Portugal quer em Espanha, com um crescimento perto dos 40%. Temos como objectivo crescer vendas nas lojas físicas mas claramente a grande aposta será centrada na loja on-line. Temos como objectivo mais que duplicar as vendas neste canal já em 2018.