08 novembro 2021
Vestuário

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Custos de contexto vão fazer subir o preço das roupas

Portugal é um dos poucos países da Europa onde a inflação ainda não chegou ao setor do vestuário e moda, mas as coisas vão mudar. Há uma tempestade a afetar a indústria do têxtil e vestuário que se vai reflectir no preço dos produtos já a partir do início do ano.

A certeza, em jeito de aviso, está refletida no Jornal de Notícias deste sábado, dizendo que “o custo de produzir roupa sobe 15% a 50% e inflaciona os preços”, em resultado do aumento conjugado dos custos de energia, dos transportes, das matérias-primas e das interrupções das cadeia e abastecimento.

“Uma tempestade que chega no momento em que o setor dá sinais de recuperação do rombo causado pela pandemia. Agora que as exportações voltam a estar em alta, há uma nova crise no horizonte”, escreve o JN, concluindo pela inevitabilidade de aumentos generalizados, uma vez que “quase todos os custos de produção e de matérias-primas subiram”.

O presidente da ATP, Mário Jorge Machado, diz que “um produto que hoje chega ao consumidor a um preço de 50 euros, com facilidade vai começar a chegar, em termos de custo final, entre 15 a 50% mais caro”. O representante da indústria têxtil portuguesa diz ainda que a variabilidade do aumento dos preços junto dos consumidores vai depender da capacidade das marcas absorverem parte do aumento dos custos de produção esmagando as suas margens de lucro.

No entanto, num contexto em que “para além dos contentores, os combustíveis subiram 50%, os da eletricidade e do algodão duplicaram num ano e o gás quintuplicou em três meses”, é inevitável que tudo isto “se vai reflectir nos produtos que vão chegar às lojas a parir de Janeiro”, ou seja com as colecções de verão, conclui o presidente da ATP.

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