29 março 21
Indústria

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Concorrência chinesa arrasa produção de máscaras

A importação de máscaras de produção chinesa e a impossibilidade de os governos avançarem com uma discriminação positiva da produção intra-União Europeia está a colocar em perigo os vultuosos investimentos feitos por algumas empresas nacionais de há um ano a esta parte para responderem à procura de equipamentos de proteção individual.

Com várias traders portuguesas incapazes de resistirem à tentação do lucro fácil a importarem máscaras chinesas que chegam ao mercado a preços imbatíveis, os produtores nacionais – têxteis que reconverteram parte da produção e algumas empresas criadas de raiz nesse segmento específico – não têm encomendas. Uma reportagem do jornal Dinheiro Vivo publicada este sábado deixa evidente essa situação.

“No que à inovação produtiva diz respeito, os dados mostram que houve mais de 1.400 candidaturas, das quais 675 foram aprovadas, correspondentes a um investimento total elegível de 342,6 milhões e a incentivos de 250,6 milhões, não reembolsáveis”, refere o artigo.

A acrescentar à importação de material chinês – algum dele comprovadamente de má qualidade – está a incapacidade de a União Europeia produzir legislação que estabeleça critérios de discriminação positiva da sua própria produção, facto que há meses que tem gerado queixas da parte das entidades responsáveis – como é o caso da ATP e do seu presidente, Mário Jorge Machado, como o T Jornal tem vindo a dar conta.

Segundo a reportagem do Dinheiro Vivo, a situação criada vai com certeza provocar uma série de falências – algumas delas já aconteceram – o que implica que uma parte dos investimentos patrocinados pelo Estado vão ser desperdiçados.

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