10 maio 22
Lanifícios

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Burel como exemplo de marca histórica e autenticidade

É o tema que faz a capa da última edição da revista Exame. A recuperação de marcas históricas portuguesas foi analisada em tese de doutoramento, onde é destacado o caso da Burel. “Até Isabel Costa ter pegado na marca, o tecido Burel foi completamente negligenciado”, explica o investigador.

Professor na Universidade de Aveiro, Pedro Carvalho de Almeida tem-se dedicado ao estudo da importância da arqueologia das marcas, tema que levou até ao doutoramento. Falando do caso da Burel, explica que “ninguém olhou para aquilo com o potencial que podia ter. Ninguém pensou que o burel podia ser de outra cor que não o castanho ou o cinzento”.

O renascimento da Burel é visto pela Exame como “a recuperação de uma indústria que esteve mesmo quase a desaparecer e coloca agora Portugal, e a região da serra da Estrela, nas bocas do mundo da arquitetura de interiores”, ao mesmo tempo “que aquece tanto o corpo como a alma dos consumidores que ouvem as histórias contadas por João Tomás e Isabel Costa, amantes da memória, investidores na sua preservação”.

À revista, o especialista em marketing e publicidade, João Barros, explica que “o fenómeno de regresso tão consistente de algumas marcas” pode ser explicado pro três fatores fundamentais: a história; autenticidade; e a sensação de pertença e segurança trazida pela sobrevivência. No caso da Burel, Pedro Almeida acrescenta ainda a iniciativa.

“Inicialmente a Burel começou por fazer um pequeno catálogo e pediu a designers para desenvolverem peças que iam desde o mobiliário à roupa” e com isso despertou a atenção e curiosidade dos mercados internacionais em saber o que é o burel. “Essa curiosidade só pode ser satisfeita e alimentada se os produtos forem mostrados. E a Burel tem esse mérito”, conclui o investigador.

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