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Apenas 2% dos trabalhadores do setor têxtil do Bangladesh, um dos principais polos de abastecimento do mundo da moda, foram vacinados contra a Covid-19 e, nesse contexto, os responsáveis da indústria pedem aos investidores estrangeiros que ali têm fábricas que vacinem os trabalhadores do setor da confeção.
Segundo um relatório da ONG South Asian Network on Economic Modeling and Microfinance Opportunities (Sanem), o baixo número de circulação de vacinas contrasta com a predisposição dos trabalhadores bengalis para serem vacinados: 69% afirmam quererem tomá-la. O grande problema, enfatiza o relatório, é a indisponibilidade de vacinas e mesmo de informação: apenas 22% dos trabalhadores saberem o suficiente sobre o assunto.
“Esta situação é preocupante porque a impossibilidade de garantir o acesso às vacinas contra a Covid-19 colocará em risco milhões de trabalhadores da confeção, que fazem parte de uma das nossas indústrias mais importantes”, disse Selim Raihan, diretor da Sanem e autor do relatório. O especialista atribui a falta de informações e dados confiáveis ao Bangladesh Bureau of Statistics (equivalente ao INE português), que acusa de não ter realizado nenhum estudo detalhado sobre o impacto da pandemia na economia nacional.
Embora o relatório se concentre em Bangladesh, outros polos de produção na Índia, Cambodja, Vietname e Sri Lanka também estão passam por um momento crítico devido às novas ondas de coronavírus.
Nesse contexto, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) argumenta que priorizar a saúde e a segurança dos trabalhadores será fundamental para que estes países recuperem da crise provocada pela pandemia.
Alguns operadores do setor já implementaram ações para garantir a vacinação dos seus trabalhadores, embora todas as iniciativas estejam concentradas, por enquanto, nos países onde estão localizadas. A Gucci, por exemplo, ofereceu a vacinação para seis mil funcionários. Prada, Giorgio Armani, OVS e Brunello Cucinelli também promoveram iniciativas de vacinação.