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Mais de 1.400 fábricas e 175 signatários aderiram ao Acordo do Bangladesh, criado há um ano e que tem por finalidade impor níveis de segurança industrial que impeçam acidentes de trabalho como o que sucedeu no Rana Plaza, em Dhaka, há quase dez anos.
A consequência desse desastre, que causou a morte a cerca de 1.100 pessoas, foi um alerta para que as condições de trabalho nos países asiáticos de mão de obra intensiva não podiam perdurar e que os seus clientes ocidentais não podiam continuar a pactuar com a insegurança industrial generalizada.
O acordo de segurança entretanto criado abrange agora uma rede de 1.437 fábricas no Bangladesh que empregam mais de 2,2 milhões de trabalhadores e que foram devidamente inspecionadas.
O acordo, um documento juridicamente vinculativo para os seus membros, foi originalmente assinado em 2013 após o desastre do Rana Plaza e foi válido por cinco anos. Gigantes da indústria como H&M, Primark e Inditex aderiram à iniciativa e, durante o seu mandato, levaram à suspensão de quase duzentas fábricas por insuficiência de normas de segurança e à realização de 38 mil inspeções.
Em 2018, o acordo foi prorrogado por mais dois anos, mas na primavera de 2021 deveria ser descontinuado e substituído pelo Conselho de Sustentabilidade de Vestuário do governo de Bangladesh, que não incluía um vínculo jurídico. Sindicatos e organizações internacionais queixaram-se disso, e em 26 de agosto do ano passado foi assinado um segundo acordo em tudo semelhante ao de 2013. Terá validade até outubro de 2023.
Entre os 175 operadores signatários do novo acordo estão Adidas, Asos, Bestseller, Boohoo, C&A, El Corte Inglés, Esprit, Fanatics, Fast Retailing, Hugo Boss, Inditex, Intesport, Mango, OVS, Pepe Jeans, Prenatal, Primark, Puma, PVH e Zalando.