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A necessidade de certificação de uma produção sustentável e a aposta numa indústria que sabe a todo o instante a origem dos materiais que usa na sua cadeia produtiva, levou a que a ATP – juntamente com suas congéneres de Itália, França, Espanha, Bélgica e Suíça – se envolvesse na criação da Textile Identity Card (ETIC), ao mesmo tempo uma associação e uma marca identitária.
A ETIC, recentemente registada, visa promover a transparência, a ética, a responsabilidade social e a sustentabilidade do negócio da moda no contexto europeu – contribuindo desta forma para a criação de uma marca que identifica as empresas aderentes como certificadas em termos de “defesa da sustentabilidade e da responsabilidade social”, disse ao Jornal T o empresário Miguel Pedrosa Rodrigues, que, em representação da ATP, acompanhou o processo.
Através da marca ETIC, o consumidor ficará a saber onde foram realizadas as principais fases de produção do produto, como a fiação, a tecelagem/tricotagem, o acabamento e a confeção. Para produtos acabados, a marca apenas será conseguida se duas das diferentes fases do produto tiverem sido realizadas na União Europeia ou em países EFTA e se as empresas estiverem comprometidas com os mais elevados standards de responsabilidade social e ambiental.
No mercado português, será a ATP a aceitar já este mês as inscrições das empresas nacionais no sistema e a, posteriormente, as identificar como capazes (ou não) de cumprirem os requisitos necessários e suficientes para poderem ostentar a distinção ETIC.
O sistema será também um instrumento de apoio à reindustrialização da Europa e, no futuro, é possível que venha a ser um veículo de apoio a legislação comum que possa vir a ser criada para apoiar o desenvolvimento do sector têxtil e da moda europeus. Sobre esta matéria, o CEO da Pedrosa & Rodrigues adiantou que nada está decidido – mas que a ETIC pode ser o instrumento que faltava para alavancar o aumento dos predicados concorrenciais do sector europeu face aos seus concorrentes diretos.
O ETIC permite assim, por um lado, que o consumidor faça escolhas conscientes e informadas e, por outro, que os produtores europeus valorizem o seu produto e o seu compromisso com os requisitos sociais e ambientais. As empresas portuguesas que pretendam aderir à marca ETIC deverão contactar a ATP (atp@atp.pt).