01 abril 22
Digitalização

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As encomendas são mais que a capacidade de produzir

O têxtil vive um momento em que as encomendas superam a capacidade de produção, mas a falta de mão-de-obra deve ser vista como um problema transitório. Importante e urgente é acelerar o processo de transição digital nas empresas, avisou o director-geral do CITEVE num debate na Universidade do Minho.

A braços com a “penúria em pessoas para a operação, para a transformação com as mãos”, o têxtil – tal como a indústria portuguesa em geral – está obrigado a acelerar o processo de digitalização, porque “se não tivermos condições de produzir mais peças com menos intervenção da mão humana, vamos perder a indústria”.

A advertência de Braz Costa foi verbalizada durante o debate sobre a reindustrialização da Europa que teve lugar no âmbito do 46º aniversário do Departamento de Produção e Sistemas da Universidade do Minho. Citado pelo jornal Correio do Minho, disse que o sector têxtil e vestuário está a atravessar um momento único em que as encomendas são mais que a capacidade de produzir. “Uma vez que não temos capacidade de recrutamento, no curto prazo, talvez a imigração possa ser uma solução, mas nunca será uma solução de futuro”, disse, apontando para o que aí vem.

“Para o futuro da indústria ser possível, a incorporação de conhecimento tem de ser cada vez maior e as operações de transformação, as que têm menos valor acrescentado, têm de ser transferidas para as máquinas”. Dai a necessidade urgente de acelerar o processo de digitalização em que “a incorporação de conhecimento tem de ser cada vez maior e as operações de transformação, as que têm menos valor acrescentado, têm de ser transferidas para as máquinas”.

Braz Costa alertou ainda que “a digitalização e automação demoram tempo e vamos ter de ser muito mais rápidos do que fomos nas duas últimas duas décadas”.

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