30 novembro 22
Inovação

Maria Monteiro

Marcas não são claras sobre a origem do vestuário

A rastreabilidade e a transparência são os pontos de partida das estratégias de sustentabilidade das empresas, mas 50% das marcas de moda publicam pouca ou nenhuma informação sobre a sua cadeia de fornecimento e apenas 12% comunicam qualquer informação sobre a origem das matérias-primas, de acordo com um relatório da Fashion Revolution.

Nem toda a inovação é tecnológica, mas a tecnologia tornou-se uma ferramenta fundamental na transformação de todos os sectores da indústria, incluindo a moda com o lançamento de um Passaporte Digital, que identifica a origem do vestuário, matérias-primas e outros indicadores ligados à sustentabilidade é uma das propostas da Estratégia Têxtil da Comissão Europeia – com o mote para combater o greenwashing.

Assim é possível garantir que cada fase da cadeia de valor atende aos padrões anunciados pelos distribuidores ou estabelecidos por lei, e permite que os consumidores possam estar plenamente conscientes da origem e do impacto ambiental dos produtos que compram. “A transparência leva à responsabilidade, e isso leva à mudança”, resume a FibreTrace, fornecedora de tecnologia para rastreabilidade de matérias-primas.

Os passaportes digitais são baseados num código QR, uma etiqueta Rfid ou chips NFC ou por Bluetooth, que dão acesso a todas as informações sobre uma peça, incluindo os seus materiais, país de origem ou preço sugerido pelo fabricante, que é útil, por exemplo, para a venda em segunda mão.

Estes sistemas não só permitem aumentar a transparência, como também dão visibilidade às marcas, facilitando assim a recolha de informações em relação ao que deve acontecer com as peças quando se tornam resíduos. Também são a espinha dorsal da circularidade, pois permitem que as empresas responsáveis pela coleta, triagem e reciclagem de resíduos automatizem as informações que geralmente são obtidas manualmente.

O custo e a confiabilidade dos dados ainda são algumas das barreiras que atrasam o desenvolvimento e colaboração das empresas nas tecnologias de rastreabilidade.” A chave para o processo é a coleta de dados, que deve seguir um protocolo partilhado e interoperável, para que possa ser usado por toda a cadeia de valor sem comprometer as informações que já estão inseridas”, remata o relatório.

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