30 dezembro 20
Aprovisionamento

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Algodão da China “manchado” por trabalho forçado

Investigação da BBC mostra que a China está a recorrer ao trabalho forçado de minorias étnicas no sector têxtil da província de Xinjiang, de onde provem 20% do algodão usado em todo o mundo. O governo Chinês diz que se trata de formação profissional.

Baseado em documentos descobertos recentemente, o trabalho da BBC mostra que centenas de milhares uigures e membros de outras minorias étnicas estão a ser obrigados a realizar trabalhos manuais extenuantes nos vastos campos de algodão da região de Xinjiang.

“Qualquer um que se preocupe com a ética da cadeia de aprovisionamentos tem que olhar para Xinjiang, que produz cerca de 85% do algodão da China e 20% do algodão do mundo. No meu ponto de vista, há implicações numa escala verdadeiramente histórica”, disse à BBC o médico Adrian Zenz, membro da Fundação Memorial das Vítimas do Comunismo em Washington, nos Estados Unidos, que descobriu os documentos.

“Pela primeira vez, não só temos provas de trabalho forçado dos uigures na indústria, na confecção de roupas, mas também na colheita do algodão, e acho que isso muda tudo”, afirmou ainda Zens.

O governo chinês nega, no entanto, todas as acusações e afirma que os campos são “escolas de formação profissional” e que as fábricas são parte de um grande projeto de “alívio à pobreza”, no qual a participação é voluntária.

As novas provas agora tonadas públicas apontam,, contudo, que todos os anos mais de meio milhão de trabalhadores de minorias étnicas estão a ser forçados a participar da colheita de algodão.

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