T61 - Fevereiro 2021
Loja

A meias com a arte

Diz-se que são a prenda mais aborrecida de se receber, mas a verdade é que quem considera receber umas peúgas como algo enfadonho nunca teve em mãos um par em forma de arte da Sir Tile, que há um ano inaugurou a sua primeira loja física, na rua Miguel Bombarda, no Porto.

Cláudia Azevedo Lopes

A arte das meias há muito que faz  parte da vida de João Portas e Paula Cortez, os criadores da Sir Tile. O pai de Paula tinha uma fábrica onde ambos trabalhavam como designers, mas a evolução das exigências de mercado levaram-nos a aumentar o seu know-how.

“A fábrica do meu pai direcionava-se para a produção de meias básicas para as grandes cadeias de supermercados, mas à medida que fomos perdendo esses clientes, começámos a trabalhar com produto mais especializado, de gama superior. Aí fomos aprendendo tudo aquilo que era necessário para produzir uma meia de alta qualidade”, afirma Paula Cortez. Quando a fábrica fechou, o desejo de continuar a produzir meias aliou-se a outra paixão antiga do casal: os azulejos.

“Sempre adoramos o grafismo dos azulejos, algo caracteristicamente português. E tínhamos alguns padrões de eleição: um deles aparecia no caminho que fazíamos para levar a nossa filha ao infantário, outro estava num muro de uma casa por onde passávamos muitas vezes perto da avenida da Boavista… Selecionamos os sete padrões que para nós tinham mais significado e desenvolvemos a coleção”, revela Paula.

No entanto, devido aos padrões tão complexos, era necessário um parceiro à altura, que foram encontrar na Fiorima. “O que nós precisávamos era de quem tivesse a sensibilidade técnica para saber trabalhar estes padrões tão miudinhos, com os fios que são necessários para produzir as nossas meias, executar um bom controlo de qualidade… A Fiorima tinha toda essa experiência, para além de também nos permitir encomendar em quantidades que para nós são exequíveis”, explica João Portas.

Em 2018 lançaram a marca, com vendas exclusivamente online – canal que se tem mostrado essencial durante os períodos de confinamento –, e em final de 2019 angariaram os primeiros parceiros. O museu do azulejo, em Lisboa, e o museu de Serralves, no Porto, foram os primeiros espaços onde a Sir Tile se deu a conhecer fisicamente ao público, mas a vontade de contactar de perto com os clientes levou à abertura da loja em nome próprio, um mês antes da pandemia tomar o país de assalto. Os resultados não podiam ser melhores: mesmo com os meses do confinamento, a loja já é responsável por cerca de 30% da faturação da Sir Tile.

“Ajudou-nos imenso a ganhar visibilidade e a conquistar novos públicos: 90% dos clientes que entram na loja não conhece a marca. Aqui estamos na rua Miguel Bombarda, na internet estamos numa viela qualquer onde é raro alguém passar”, explica Paula.

Quanto à restante faturação, os parceiros representam 50% das vendas, e o online, onde querem crescer, é responsável pelos restantes 20%. Nova Zelândia, EUA, Inglaterra e Alemanha são os melhores clientes online da marca, que também já vendeu para Tóquio e acaba de assinar com distribuidores na Suécia e Dinamarca.

“Mesmo com a pandemia, em 2020 tivemos um crescimento de 107%. O nosso objetivo é continuar a mostrar aos portugueses vale a pena investir em meias diferentes e de qualidade. Afinal, é algo que usamos todos os dias”, remata Paula Cortez.

A Loja

SIR TILE
Rua de Miguel Bombarda, 198
4050-377 Porto

Ano de abertura 2020 Ano de criação da marca 2018 Produtos Meias de alta qualidade com padrões de azulejos Público-Alvo Apaixonados por meias com personalidade. Os estrangeiros são dos melhores clientes Outras lojas World of Wine, Benedita Formosinho e loja da Universidade do Porto Loja online sirtile.com

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