Há males que acabam por ser um impulso, e para a Pedro Santos e a FORteams a pandemia dificilmente será esquecida.
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Há males que acabam por ser um impulso, e para a Pedro Santos e a FORteams a pandemia dificilmente será esquecida. “Com o Eurpeu de futebol e os Jogos Olímpicos, 2020 era um ano de enormes expectativas mas de repente tudo parou, em 15 dias o negócio e as encomendas passaram a zero”, explica o CEO da empresa que nessa altura dominava o fornecimento de têxteis para o merchandising desportivo das grande equipas e selecções e todo o mundo. E nem só de futebol.
Mas como não há mal que sempre dure, rapidamente decidiram virar-se para o fabrico de máscaras sociais, um negócio que acabou por superar as melhores expectativas, facturando nesse ano cerca de 7 milhões.
“Veio ao de cima o caratér resiliente e desafiador da empresa”, mas o susto, no entanto, tinha deixado marcas. “Fez pensar no futuro, para não voltarmos a sermos surpreendidos como fomos”, diz Pedro Santos, explicando que a decisão foi partir para outras vertentes do negócio. “Avançamos para o fabrico de sportswear e moda de conforto, criando um Laboratório de Ideias e Inovação a pensar na sustentabilidade”.
Liderado pela filha, Inês Santos, o laboratório lançou o projeto Loop, que já lançou uma linha de produtos de upcycling e criou um novo fio acrílico obtido a partir do aproveitamento daquilo que até então eram os resíduos da empresa. Um produto já reconhecido com o Prémio Ispo Best Product, o Prémio Europeu Sustentabilidade, da seguradora Tranquilidade, e ainda selecionado para o iTechStyle Showcase.
Um avanço que levou até a empresa incorporar o laboratório na suadesignação social, chamando-se agora FORteams LAB. Um terceiro nome que acaba por registar também as crises impulsionadoras que têm feito a empresas crescer e evoluir.
Nascida em 1994 como Pedro & Pedro – o outro era um cunhado -, dedicava-se então apenas ao fabrico de etiquetas. Um negócio que com a forte concorrência e o consequente esmagamento de preços, foi definhando até esbarrar de frente com a crise do final da década. Com 25 trabalhadores, cinco teares e máquinas para estampar etiquetas, que era preciso rentabilizar, e Pedro Santos decide avançar para o fabrico de cachecóis para os clubes de futebol. “Passamos a fazer etiquetas grandes, foi uma decisão estratégica. Sabia que havia falta de oferta e fomos de mala na mão por essa Europa fora mostrar o que tínhamos criado”, conta o CEO.
Este foi um trunfo decisivo e com a mudança estratégica para o fornecimento de mercandising para os clubes nasce a 4-Teams, que viria depois a incorporar a Pedro & Pedro. Os contratos sucedem-se o negócio multiplica-se rapidamente e com isso a aposta na investigação, o apetrechamento com máquinas de nova geração, a procura de maior qualidade e diferenciação. Num ápice, torna-se fornecedor quase único e todos so grande ckubes e seleções à escala global.
“Foi progressivo, fomos investindo à medida que fazíamos o encaixe”, diz Pedro Santos, explicando que as etiquetas são agora um negócio residual (300 mil euros), dentro a facturação que aponta para mais de cinco milhões no fecho de contas deste ano.
Atrás dos gorros e cachecóis, os clientes começaram também a pedir roupa desportiva.
“Investimos em equipamentos de sublimação, onde somos muito fortes, e temos um parque de máquinas em constante actualização. À volta de 3 milhões só nos últimos cinco anos”, diz o líder da agora FORteams LAB, dando conta de que o grande investimento em marcha é na circularidade. “Para a concretização completa do projeto Loop, queremos tornar a produção 360, vai implicar mais de um milhão de euros. A ideia é avançar até 2025, em função das regras para os apoios”. A FORteams é hoje um laboratório rumo à sustentabilidade.
FORteams LAB
Rua da Indústria 89
4815-675 Vizela
O que faz? Merchandising desportivo, como gorros e cachecóis, e moda sportswear Inicio de atividade 1994, com três funcionários e compra da primeira máquina Exportações 95% da produção, sobretudo para Europa e EUA Capacidade de produção 12 mil peças por dia Equipa À volta de 100 colaboradores Facturação Fecho aponta este ano para cima dos 5 milhões