T61 - Fevereiro 2020
Empresa

Da moda à relojoaria, as fitas e elásticos da Lunartex estão em todo o lado

Começou de forma quase artesanal, com três trabalhadores e quatro máquinas onde produziam elásticos básicos para clientes locais, mas a Lunartex é hoje uma referência que ultrapassa fronteiras no mundo da moda, graças sobretudo às fitas elásticas, cordões e aplicações que desenvolve para lingerie, sportswear e swimwear. E até relojoaria, produzindo braceletes para conhecidas marcas.

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No ano passado, com a ITV a voltar-se para o fabrico de EPI, a empresa rapidamente se adaptou às novas exigência e acabou por quase duplicar a faturação, mas a vontade é de voltar ao ritmo pré-Covid e avançar à conquista do mercado Americano, que era a meta traçada para 2020. “Foi um ano bom em números mas muito desgastante e que preferia não repetir”, concede a diretora-geral Lara Ribeiro, que se ocupa da gestão da Lunartex e é um dos rostos da segunda geração à frente da empresa. O outro é o cunhado, Márcio Ferreira, mais dedicado à área da produção.

E embora tenha nascido em 1974, em Viana do Castelo, a história da empresa só começa verdadeiramente em 1990, quando António Ribeiro, o pai de Lara, a comprou e trouxe para Guimarães, onde sempre se tinha empregado na área dos elásticos. Um resgate que consistiu na mudança das quatro máquinas e dos três trabalhadores para a nova vida junto à cidade-berço.

Um armazém de 500m2, com produção crescente e ancorada no fornecimento às confeções locais. Por ali cresceu Lara, sempre atenta à evolução do negócio, tanto que quando chegou a hora da faculdade não hesitou na aposta em Economia, com especialização em Economia Industrial. A aposta no design, rapidez de entrega e perfecionismo técnico rapidamente dotaram a empresa de uma capacidade e qualidade que atrai grandes marcas de moda. E que é reforçada com a presença em feiras como a Interfiliere, ISPO ou Techtextil Frankfurt.

Avançou também a expansão da capacidade: até 2012 as instalações crescem para 3 mil m2 de área, triplica o parque de máquinas e duplica o número de funcionários. Hoje são já 6 mil m2 de área coberta, um plantel de 61 funcionários e uma produção média a rondar os cinco milhões de metros por mês. “No ano passado, com os EPI, chegou aos 18 milhões, mas o que queremos é voltar ao ritmo de crescimento de 2019”, explica a diretora-geral.

Um ritmo que trouxe a Lunartex do milhão de euros faturados em 2012 até aos quatro milhões de 2019. Sustentados em boa parte no crescimento das exportações – perto de 50% da produção – direcionadas sobretudo para Itália, França e Espanha. E também para a Tunísia, mas de forma indireta, já que é aí que está a produção de boa arte dos seus clientes.

Antes da chegada da Covid-19, os planos para 2020 passavam por dar o salto para os mercados dos EUA e Canadá. A incerteza e as dificuldades da pandemia até trouxeram bons resultados financeiros e novas oportunidades – “no futuro, o setor da saúde pode vir a representar 10% a 20%” – mas o que Lara Ribeiro anseia mesmo é retomar o ritmo de 2019. E dar execução ao plano de entrada nos EUA, tal como estava previsto.

A Empresa

Lunartex
Rua do Sobrado 36
4835-443 Silvares, Guimarães

O que faz? Elásticos, passamanarias, cordões e fitas, com produção vertical da urdissagem aos acabamentos. Fundação 1974 Produção Cerca de cinco milhões de metros por mês Plantel 61 funcionários Instalações 6 mil m2de área coberta Volume de negócios Cerca de 4 milhões de euros em 2019

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