T60 - Janeiro 2020
Empresa

“A única solução é estar sempre à frente”

“Com os custos da energia e exigências laborais que impõem cada vez mais obrigações sem ligar à rentabilidade, só por maluqueira se investe na indústria em Portugal”, revela Luís Cristino, CEO da Hindu

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Para a Luís Cristino tem sido como o viver no meio da tempestade. Acabada de nascer, a Hindu foi logo fustigada pelas crise que veio com a chegada da troika – “mais uns meses e se calhar nem tínhamos sequer arrancado” – mas como o sector têxtil sempre tem dado provas de que aquilo que não o mata o faz mais forte, também a empresa acabou por sair revigorada.

Em cinco anos já faturava acima dos três milhões e passava a ser olhada como referência nos acabamentos têxteis, sobretudo com o impulso do sector automotive, cliente para mais de dois terços da produção. Um tempo breve de bonança sobre o qual, de repente, caiu a nova tempestade da pandemia, mas que só veio atiçar a força da convicção no caminho alternativo a que a Hindu desde o início se tinha proposto

“A pandeia só veio acelerar sinais de fraqueza que já por ai andavam. Veio mostrar que era preciso tomar opções, acelerar a definição estratégica que desde o início orientamos para os têxteis técnicos”, expõe o CEO da Hindu para explicar como reagiu a empresa especialista em tinturaria e acabamentos em fibras sintéticas.

“Não fomos fazer EPIs, mantivemo-nos naquilo que sabíamos fazer, os acabamentos técnicos, mas apresentados aos clientes de forma diferente. Passamos a apresentar soluções, com ideias de possível aplicação”, diz o gestor apontando o exemplo do acabamento antibacteriano com propriedades antivírus para luvas de algodão, que podiam substituir as de nitrilo que escasseavam no início da pandemia.

“Felizmente nunca paramos nem tivemos que recorrer ao lay-off”, orgulha-se Luís Cristino, para concluir que o caminho terá que ser sempre a inovação, a procura de novas soluções e apresentá-las aos clientes. Até porque, critica, “com os custos da energia e exigências laborais que impõem cada vez mais obrigações sem ligar à rentabilidade, só por maluqueira se investe na indústria em Portugal”.

E, no final, o preço acaba sempre por prevalecer. “É preciso inovar constantemente, já que à medida que vamos apresentando novas soluções os concorrentes asiáticos vão copiando, com preços que não podemos competir. A única solução é estar sempre à frente!”, diz o gestor da empresa  que ainda recentemente apresentou o Protect By Hindu, um acabamento pre impede a transmissão da Covid-19.

“São evoluções que já se anteviam e que vieram para ficar. A pandemia so veio acelerar”, diz o gestor da empresa que se quer afirmar como referência em soluções de acabamentos e se tem habituado a viver no meio da tempestade.

Uma turbulência que, pelos vistos, já vinha de trás. É dos destroços da Sacramento Têxteis que nasceu a Hindu, com Luís Cristino a liderar um grupo de 30 pessoas nesta aventura. “Confrontados com o encerramento, fui o maluco da estória e decidi montar este projecto, mais específico e mais pequeno”, uma decisão assente na constatação da falta de empresas especializadas no tingimento e acabamento de tecidos técnicos, não só para o sector automotive, mas também moda e sportswear.

A Empresa

Hindu- Technical Textiles, S.A.
Av. Dom Afonso Henriques , 4407
4760-283 VN Famalicão

O que faz? Tinturaria e acabamentos vocacionados para fibras sintéticas: Poliésteres, poliamidas e seus derivados Fundação Primeiro trimestre de 2012 Principais clientes Os grandes players do sector automotive, moda e sportwear Plantel 38 trabalhadores Projetos Ser vista como fornecedora de soluções de acabamento Objetivos Cimentar parcerias com clientes âncora

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