T50 - Janeiro/Fevereiro 20
Produto

O fitting perfeito entre têxteis e plástico

“Em termos de peso é 5% mais leve, uma diferença que ainda queremos aumentar. Mas para além disso, tem um fitting melhorado, o que faz com que o praticante nem sinta que o tem vestido”, afirma Hugo Caracol, director de Inovação da Polisport, acerca desde colete protetor

António Moreira Gonçalves

Mais seguro, leve e confortável, o colete desenvolvido pela Polisport foi pensado para os amantes de todo-o-terreno. Especializada em equipamentos e componentes para atividadess off-road – sobretudo o motociclismo, mas também o ciclismo – a empresa de plásticos juntou forças com a indústria têxtil para dar o salto, à imagem do todo-terreno, e revolucionar a forma como os coletes de protecção são produzidos.

E foi mesmo desta sinergia entre diferentes indústrias que nasceu o projecto em 2016. “O nosso core business são os desportos de duas rodas, e sentíamos a necessidade de evoluir na nossa gama de equipamentos. Estávamos a pensar num conceito inovador, que envolvia têxteis, quando falamos com o CITEVE”, lembra Hugo Caracol, director de Inovação da empresa de Oliveira de Azeméis. O projeto viria a ser integrado no consórcio Texboost, que ao longo dos últimos três anos juntou mais de 40 entidades do Cluster Têxtil, desde empresas a centros de investigação. Neste caso, o colete foi desenvolvido pela Polisport em parceria com o CITEVE e a ERT, empresa especializada em têxteis técnicos, especialmente para a indústria automóvel.

A inivação consiste em produzi-lo através da sobreinjecção de plástico no tecido. “Costumamos dizer que é produzido através de um processo ‘one shot’, ou seja, a peça sai já mais próxima do seu formato final”, explica o representante da empresa. É o conceito seamless aplicado a um molde mais rígido. Através deste método a Polisport elimina 90% das costuras e reduz o número de pontos de contacto entre as peças – que anteriormente exigiam parafusos e processos de montagem autónomos.

Mas para além de mais fácil de produzir, o colete é sobretudo mais seguro, leve e confortável que as alternativas atuais. “Em termos de peso é 5% mais leve, uma diferença que ainda queremos aumentar. Mas para além disso, tem um fitting melhorado, o que faz com que o praticante nem sinta que o tem vestido”, afirma Hugo Caracol.

Uma das chaves para o tornar mais leve esteve nos tecidos seleccionados, com a ajuda do CITEVE e da ERT. O colete utiliza malhas 3D, mas também já foram também experimentados vários laminados com diferentes espumas, como o poliestireno ou a  poliamida. O ideal é que sejam têxteis leves, respiráveis e resistentes a diferentes tipos de lavagem, já que muitas vezes os motociclistas lavam estes equipamentos com jatos de alta pressão. Nesta área o projecto está ainda a testar possibilidades, com o objectivo de, até junho, melhorar o produto final, quer em termos de peso como de respirabilidade.

De qualquer das formas, o colete já passou por um autêntico rally de testes. “Já fizemos com sucesso todos os testes de impacto, quer em V como em cunha, o que permite calcular qual a força máxima de impacto nos vários ângulos. Depois fizemos um teste prático com pilotos que nos deram o seu feedback em termos de conforto e impacto”, revela o responsável pelo projecto. A palavra final foi assim dada no terreno, com pilotos a colocarem o próprio corpo nos testes ao produto.

Apesar de já estar pronto para entrar no mercado, a Polisport quer aproveitar os últimos meses do projecto Texboost para melhorar ainda o colete. Entretanto tem já lugar garantido na final dos iTechStyle Awards, os principais prémios de inovação têxtil que serão anunciados em Abril. Depois será coloca-lo no mercado, não se sabendo ainda se através de uma marca própria ou com um parceiro.

O Produto

Colete de protecção para todo-o-terreno
Desenvolvido pela Polisport, em parceria com o CITEVE e a ERT, no âmbito do programa Texboost

O que é? Colete produzido através da sobreinjecção de plástico em tecido. Mais seguro, leve e confortável. Para que serve? Protecção para praticantes de todo-o-terreno, motos e bicicletas sobretuto. Estado do projeto? Testado e pronto a entrar no mercado

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