21 Agosto 20
Feiras

Cláudia Azevedo Lopes

Sucesso português na primeira feira pós-pandemia

Baby Gi, Meia Pata e Peter Jo Kids foram as empresas portuguesas que se aventuraram na feira infantil Supreme Kids, o primeiro certame profissional realizado desde o início da pandemia e que se revelou uma aposta ganha para a moda infantil nacional. Na volta, foi preciso arranjar espaço na bagagem – que foi para Munique repleta de novidades – para todos os contactos e notas de encomenda realizados na feira que decorreu entre 14 e 16 de Agosto.

“O balanço é extremamente positivo”, assume Carla Areal, CEO da Meia Pata, que apesar de saber que o número de visitantes da feira ficaria muito aquém das edições anteriores não viu essa realidade refletida no stand da marca. “Tivemos encomendas e todas elas de clientes novos, da Polónia, Áustria e Alemanha. Aliás, realizamos a primeira encomenda durante a primeira hora de abertura da feira!”, revela.

“Estabelecemos também contactos com vários agentes alemães, a quem ficamos de enviar mais informações sobre os nossos produtos”, conta a CEO da marca, que participou na feira precisamente com o objetivo de entrar mercado Alemão e que, apesar de já só pensar em voltar a Munique para a edição de janeiro do certame, regressou a Portugal com o sentido de missão cumprida.

“Fomos três marcas portuguesas para Munique, naquilo que eu considero ser um ato de coragem. Sinto orgulho por, apesar de tudo, termos tido a coragem de vir”, completa Carla Areal.

Alfredo Moreira, co-fundador da Baby Gi sentiu igualmente o impacto da Covid-19 no número de visitantes presentes, o que não impediu a empresa de estabelecer frutuosos contactos. “A análise final é muito positiva. Recebemos visitas de agentes e clientes da Alemanha, Áustria e Polónia, apesar de termos reparado numa predominância de clientes austríacos. Os alemães ainda estão assustados”, afirmou.

A participar também pela primeira vez na Supreme Kids, para a Baby Gi o principal foi iniciar um reconhecimento aprofundado do mercado alemão. “Para nós foi uma experiência de aprendizagem. Percebemos que eles dão muita importância à certificação GOTS e aos produtos em bambu. Estão muito virados para a vertente ecológica. Ter este conhecimento é importante porque o mercado alemão é difícil de conquistar”, explica Alfredo Moreira, que partiu para a feira com o objetivo de enraizar a presença da marca nesse mercado.

Opinião semelhante tem Anna Sheludko, responsável de marketing e design da Peter Jo Kids, para quem a menor afluência de expositores e visitantes representou uma oportunidade para a marca brilhar. “Normalmente o espaço de expositores está repleto e os clientes e agentes dão preferência às marcas que já conhecem. Desta vez, muitas dessas marcas não marcaram presença e as que estavam tinham os stands sem representantes. Isto acabou por dar destaque ao nosso espaço e à nossa marca”.

Visitada essencialmente por Alemães e Austríacos, Anna Sheludko está optimista quantos aos resultados que a Peter Jo Kids pode obter após a participação nesta feira. “A nossa marca já vende para a Alemanha e o nosso produto encaixa bem com o mercado alemão. Por isso estamos confiantes de que as visitas que recebemos se possam transformar em parcerias de negócio. Sabemos que é assim: primeiro vêm ás feiras ver e só depois é que procuram as marcas para comprar”, completa a responsável de marketing e design da marca.

A participação das empresas portuguesas na Supreme Kids decorreu de uma iniciativa da Selectiva Moda e da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área da Moda. O projeto “From Portugal” é co-financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020.

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