28 fevereiro 19
Mobilidade

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Inovação têxtil é central nas tecnologias de ponta

As tecnologias de ponta – nomeadamente as que têm a ver com a inteligência artificial e com os novos sistemas inteligentes – continuam a contar com o contributo do setor têxtil como uma plataforma de desenvolvimento e de aplicação do que de mais novo e inovador vai sendo por elas criado. Isso mesmo ficou explícito durante o MODtissimo, nas várias intervenções que decorreram no âmbito da conferência ‘Cidades inteligentes e mobilidade’, organizada pelo Cluster Têxtil Tecnologia e Moda.

Carlos Silva (coordenador de desenvolvimento do Centro de Computação Gráfica, CCG), que interveio no painel dedicado à mobilidade autónoma e partilhada – moderado por Fernando Merino (diretor de Inovação da ERT e membro do grupo de alto nível do Cluster Têxtil) – explicou que muitas das soluções tecnológicas que estão neste momento em pesquisa precisam do contributo do setor têxtil para apoiar a sua aplicação. E de um exemplo: os assentos para os automóveis de elevado grau de autonomia (sem necessidade da atenção humana), podem (vir a) ser reclinados para maior conforto dos seus utentes (que até podem ir a dormir). Ora, como o mais provável é que estes automóveis circulem em conjunto com veículos tradicionais, os acidentes continuam a ser possíveis.

Pois bem, refere Carlos Silva, isso significa que os airbags terão de ser distribuídos de forma completamente diversa do que acontece hoje e o setor têxtil (responsável por parte dos assentos) terá que encontrar uma forma de os incorporar.

André Azevedo (co-fundador e CEO da Healthyroad), presente no mesmo painel, disse, por seu turno, que os têxteis que irão acompanhar estes automóveis do futuro vão desempenhar um papel importante. O exemplo que deu foi o da mobilidade compartilhada. “Têxteis de mais fácil limpeza, têxteis que consigam absorver odores, por exemplo, estão na mira das necessidades que já se sabe que vão passar a existir.

Mais ‘extravagante’ ainda, disse André Azevedo, serão os têxteis que, por incorporação de fios elétricos, “permitam por exemplo alterar a cor dos painéis dos automóveis para assegurar uma viagem confortável” ou mesmo para servir de motivador da atenção, inibidor do sono ou tantas outras soluções que a investigação está a gerar.

Paulo Bago d’Uva, professor da Universidade de Aveiro, explicou, com numerosos exemplos, que os têxteis estão presentes numa parte substancial dos protótipos que os educandos de nível superior investigam na sua atividade curricular. Desde malas com GPS para deteção até luvas para jogar vólei na praia à noite ou mochilas de autossobrevivência em cenário de catástrofe, a presença dos têxteis é fundamental. E continuará a ser.

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