T
A Dolce & Gabbana pode estar de saída do poderoso mercado da moda na China, depois de ter lançado uma campanha publicitária que foi recebida como uma afronta. Em causa está um vídeo que visava promover um desfile da marca e que acabou por ser considerado racista e desrespeitador para com as mulheres. Nos vídeos publicados pela Dolce & Gabbana, uma modelo chinesa tenta, com assinalável dificuldade, comer massa e pizza com os tradicionais pauzinhos chineses, ao mesmo tempo que um narrador faz várias intervenções, entre elas a pergunta ‘é muito grande para ti?’
A dupla de designers já antes tinha sido acusada de obscenidade, mas as reações nas redes sociais – nomeadamente na Weibo, uma espécie de Instagram chinês – resultaram numa verdadeira hecatombe para a reputação da marca, que se viu obrigada a cancelar o desfile de moda em Xangai, aquele que o vídeo promovia, no último minuto. Lojas online e físicas rejeitaram os artigos da D&G, que segundo as contas da agência Reuters pode estar a pontos de perder cerca de 500 milhões de euros com a ‘brincadeira’.
A D&G avançou com as devidas desculpas, mas parecem ter surtido pouco efeito – o que volta a colocar na ordem do dia a questão da adaptação das marcas e das empresas que pretendem singrar no mercado chinês às idiossincrasias do próprio mercado. Algumas delas são difíceis de identificar: ainda recentemente o vice-primeiro-ministro italiano Luigi Di Maio foi criticado por referir-se a Xi Jinping, presidente da China, como “o presidente Ping”.
Numa tentativa de salvar a sua reputação, Domenico Dolce e Stefano Gabbana divulgaram um vídeo com um pedido de desculpas, publicado na Weibo, ao mesmo tempo que a empresa desmentia a veracidade de um diálogo mantido entre Stefano Gabbana e uma outra pessoa no Instragram, em que alegadamente o designer depreciava grosseiramente os chineses e a sua cultura.