15 setembro 20
Economia

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CIP: vendas das empresas caíram 40% e retoma é lenta

Quase dois terços das empresas portuguesa anteveem uma quebra de vendas de cerca de 40% em média, no último quadrimestre deste ano, face a igual período de 2019, devido aos efeitos da pandemia de covid-19, conclui o inquérito promovido pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal e pelo Marketing FutureCast Lab do ISCTE, hoje divulgado.

O inquérito, destinado a recolher e analisar informação sobre as expectativas de empresários e gestores sobre a evolução da sua atividade, aponta que mais de metade das empresas (54%) inquiridas indicam que as vendas caíram no mês de agosto, registando descida, em média, superior a 40%, face a igual mês de 2019. Também as encomendas em carteira, no início de setembro, diminuíram 40%, em média, segundo dados de 56% das empresas inquiridas a que esta situação se aplica.

“Estes dados mostram bem que a retoma da economia não vai ser imediata, que as empresas estão fragilizadas e que é necessário um esforço conjunto para que consigamos ultrapassar esta situação”, afirmou o vice-presidente da CIP Armindo Monteiro, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados.

“As empresas já estão a fazer um esforço enorme e, mesmo com estes indicadores de redução das vendas e da perspetiva da deterioração do negócio, pretendem investir e manter o emprego”, acrescentou.

O inquérito conclui que quatro em cada cinco empresas (79%) vão manter ou aumentar os seus recursos humanos nos últimos quatro meses deste ano, face a igual período de 2019. Conclui, também, que 61% das empresas contam manter ou aumentar o seu investimento no próximo ano, face ao concretizado em 2019.

Os empresários e gestores foram também questionados sobre as medidas de apoio à economia, no quadro da pandemia de covid-19, mantendo uma avaliação negativa, com quatro em cada cinco empresas a considerarem que estão aquém ou muito aquém do necessário.

No quadro dos apoios disponibilizados, o lay-off simplificado é visto como um mecanismo com uma influência significativas, mas o mecanismo que o substituiu não é visto da mesma forma, tendo só 17% das empresas inquiridas a ele recorrido, com 62% das empresas a considerarem que esta medida é inadequada, como a CIP tem vindo a alertar.

 

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