30 Abril 2018
swimwear

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Cantê em destaque na Notícias Magazine

A pouca diversidade na oferta da roupa de banho em Portugal fez nascer a Cantê, a marca de swimwear que está em destaque na última edição da Noticias Magazine. Com uma colecção para este verão que aposta na licra de origem reciclada, a marca olha para a internacionalização e a abertura de loja no Porto como projectos de futuro.

Foi após uma viagem ao Brasil que Rita Soares e Mariana Delgado tiverem a ideia de criar a Cantê, uma marca de swimwear cem por cento portuguesa. O ano era 2008, ambas tinham acabado de finalizar o curso de Arquitetura no ISCTE e decidiram tirar umas férias. A crise económica estava em pleno e por isso as oportunidades na área da arquitetura não eram muitas.

Foi assim que surgiu a ideia de começarem a desenhar biquínis. A falta de diversidade na oferta da roupa de banho em Portugal também foi um incentivo. “Quisemos fazer alguma coisa diferente do que havia. Sentíamos que a oferta não tinha muita ciência, que as pessoas andavam todas muito iguais”, conta Mariana à Notícias Magazine. Desta forma, decidiram enveredar por um estilo próprio forte, com os folhos e os padrões coloridos como imagem de marca, e vender não apenas um produto mas um estilo de vida. “Queríamos vender um sonho, com o intuito de que as clientes se sentissem bem, felizes, confiantes e confortáveis”, conta Rita à revista.

Após meses de pesquisa, as primeiras peças que desenharam tiveram feedback positivo, tanto de amigos e familiares como de pessoas conhecedoras do sector. As primeiras visitas a fábricas e fornecedores portugueses não foram positivas, mas por cada não ouviram também críticas construtivas por parte de quem conhecia melhor o meio. A sazonalidade do produto também parecia ser um entrave à concretização do sonho, mas nenhuma estava disposta a desistir.

Os primeiros passos da marca foram dados em 2011, com a dupla ainda a trabalhar em arquitetura em regime freelance e o investimento – cerca de cinco mil euros – foi feito pelos pais de ambas. “Nos primeiros dois anos da Cantê, não recebíamos ordenados pois todo o dinheiro era canalizado para a empresa. Eram os projectos de arquitetura que nos sustentavam”, conta Rita a Notícias Magazine.

Seguiu-se a abertura de uma loja online e de um showroom, em Belém, que rapidamente se tornou pequeno para tanta procura. Assim, abrem uma loja, ainda em Belém, que depois se transfere para o Chiado, onde permanecem hoje. Com as coleções não foi diferente: a procura levou a que tivessem de lançar uma coleção por mês, entre o mês de março e o de junho. Para a coleção de 2018, apostaram na licra de origem reciclada.

A estrutura de negócio também foi alvo de mutação. No inicio, eram Rita e Mariana que desenhavam os produtos, que iam às fábricas acompanhar a produção e que faziam as vendas, hoje em dia empregam 14 pessoas, dez das quais a tempo inteiro. “Em breve, vamos contratar mais uma pessoa para dar apoio à componente criativa”, revela Rita à Noticias Magazine.

E se no início a resposta das fábricas não foi positiva pela tamanho reduzida da encomenda, agora o receio de Rita e Mariana, que sempre que possível preferem trabalhar com fornecedores nacionais, prende-se agora com a capacidade de resposta dos mesmos. “Não sabemos se iremos ter resposta em Portugal quando tivermos de aumentar ainda mais a produção decorrente da aposta na exportação.

Para além dos fatos de banho e biquínis, a marca tem também outros produtos, como lenços, toalhas de praia, camisas, cadernos e capas de telemóvel. Os editoriais são sempre captados em destinos paradisíacos como as maldivas, as ilhas gregas, bali ou rio de janeiro, mas com mais de 131 mil seguidores no facebook e 129 mil no instaram, as empresarias afirmam que as clientes são a sua melhor publicidade.

Para futuro, gostariam de abrir uma loja no Porto e a internacionalização também faz parte dos planos.

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