12 fevereiro 21
Indústria

T

Brexitex: Indústria da moda britânica à beira do colapso

A indústria têxtil e da moda, que contribui todos os anos com quase 40 mil milhões de euros para a economia do Reino Unido, “está a ser dizimada” pela burocracia e pelas restrições impostas às viagens dentro do bloco europeu, reguladas pelo novo acordo comercial pós-Brexit, revela o Financial Times.

Numa carta aberta ao primeiro-ministro do Reino Unido, os líderes da indústria da moda, executivos e modelos, incluindo Twiggy e Yasmin Le Bon, alertam que o Brexit está a estrangular as cadeias de fornecimento internacional que suportam financeiramente a indústria.

“O acordo feito com a UE [deixou] uma lacuna onde deveria ser prometida a livre circulação de bens e serviços para todos os criativos, incluindo o setor de moda e têxteis”, observam os signatários da carta, coordenada pela Fashion Roundtable.

A modelo Yasmin Le Bon alerta que viajar livremente na União é “crucial” para uma indústria onde os modelos podem ser convidados para uma sessão fotográfica com apenas algumas horas de antecedência. ”A riqueza destas indústrias criativas está na nossa capacidade de nos movermos rapidamente. Pela primeira vez, precisamos ser ouvidos pelo governo, antes que seja demasiado tarde”, conclui a carta.

Recentemente, Samantha Cameron (cujo marido, David, então primeiro-ministro, convocou o referendo do qual resultou o Brexit em junho de 2016) já avisara, em entrevista à revista Vogue, que o seu negócio, também relacionado com a moda, estava a passar uma  fase “difícil”.

A indústria da moda  emprega cerca de 900 mil pessoas em todo o Reino Unido e, só até ao verão do ano passado, ainda antes da segunda vaga, 250 mil já tinham o posto de trabalho em risco, de acordo com uma pesquisa realizada pela Oxford Economics.

Partilhar