T78 - Dezembro 22
Produto

Tubos têxteis que ajudam na recuperação das dunas

Para conter a erosão costeira e a destruição das dunas, a Sicornete aliou-se ao CITEVE e está a criar geocilindros têxteis de grandes dimensões e fácil manuseamento que façam contenção de sedimentos, como areia. O projeto chama-se ErCoSys – Erosian Control Systems e tem data de conclusão prevista para junho do de 2023

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Para conter a erosão costeira e a destruição das dunas, a Sicornete aliou-se ao CITEVE e está a criar geocilindros têxteis de grandes dimensões e fácil manuseamento que façam contenção de sedimentos, como areia. O projeto chama-se ErCoSys – Erosian Control Systems e tem data de conclusão prevista para junho do de 2023. 

“O projeto visa a investigação e desenvolvimento de geocilindros (tubos) em base têxtil, com adequado nível de drenagem de água e elevado desempenho ao nível da resistência”, introduz Lúcia Rodrigues, investigadora do CITEVE, apontando como elemento inovador o facto de esta solução eliminar a necessidade de recorrer aàs costuras tradicionais para a união dos. “As costuras, normalmente utilizadas nas soluções convencionais são consideradas zona frágeis, pelo que eliminando-as obtemos maior desempenho e regularidade ao nível da resistência mecânica”, explica. 

Para a execução a Sicornete teve mesmo que adquirir um novo tear, feito à medida para este projeto. De grande dimensão e complexidade, capaz de produzir estruturas tubulares com oito metros de largura. “É um tear plano que permite ao não haver costuras reduzir os pontos de fragilidade e dar uma maior regularidade ao produto. Ao mesmo tempo, reduz o manuseamento na produção, simplificando-a”, explica Filipe Rôla, administrador da Sicornete. “O tear pode trabalhar com 6 a 7 mil fios à teia. É um tear plano que trabalha em duas camadas sobrepostas com fios grossos (diâmetro superior a 3 – 4 mm), para ter uma ideia os tecidos podem ter 2kg por metro quadrado”, detalha. 

“Não há muitos como este a nível mundial. O tear permite fazer tecidos em multi-layer. Podemos também fazer um tecido mais pesado e mais grosso, para ter ainda mais resistência. Uma vez que em Portugal temos uma energia de ondas muito maior do que por exemplo no mediterrâneo. Esta opção também abre o espectro de possibilidades de trabalho”, continua. 

Mas as vantagens deste produto não se ficam por aqui já que “na construção do tecido é utilizada uma conjugação de fios torcidos e entrançados com propriedades de resistência aos raios UV”, sublinha Lúcia Rodrigues. 

O grupo já avançou para a vertente prática e instalou este ano um geocilindro na praia da Cova da Gala, Figueira da Foz. Um teste que permitiu identificar os principais constrangimentos no processo de instalação e identificar pontos de melhoraramento. 

A cerca de seis meses para o término do projeto, a Sicor (empresa-mão do grupo) e o CITEVE encontram-se em fase de otimização do processo de tecelagem e a estabelecer contactos com as entidades competentes para proceder a outras instalações. Seguir-se-ão-se depois os testes laboratoriais e o acompanhamento das novas soluções instaladas. 

“Já temos o tear montado, já funcionou aliás. Estamos em processo de aprendizagem, a fazer melhorias do set-up”, situa Filipe Rôla. “É todo um processo novo, que com o apoio dos fornecedores e formação externa estamos a concretizar”, finaliza. 

A Sicornete, insere-se no grupo Sicor, que completou há pouco 75 anos de trabalho na área da produção de cordas, fios e redes para a agricultura, pesca e outras aplicações comerciais. 

O Produto

Ercosys – Erosion Control Systems

Desenvolvido pela Sicornete – Fios e Redes, Ldª e CITEVE

O que é Geocilindros com base em tecidos técnicos tubulares de grandes dimensões e adequados para a drenagem de água Objectivo Poteção dos sistemas dunares Principal Contributo Contenção e retenção de areia e drenagem de água para mitigação da erosão costureira Estado do Projeto Em fase de otimização e produção de protótipos

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