T58 - Novembro 2020
Produto

O novo fato-gadget da Scoop

Fatos inteligentes, capazes de prever e reagir a uma ameaça, sãobem conhecidos do imaginário de Hollywood. De James Bond à Guerra das Estrelas não há protagonista que dispense o trunfo na manga que é ter a tecnologia vestida. É esta a filosofia que inspira também o mais recente projecto da têxtil Scoop, o IP Vest, uma nova geração de workwear que ao integrar electrónica promete aumentar os níveis de segurança dos técnicos que trabalham em antenas de telecomunicações ou torres elétricas

António Moreira Gonçalves

“Estamos a falar de um fato com proteção multirrisco, protege contra o vento, chuva, calor, frio, riscos elétricos, exposição a químicos e contra a chama, para além de aumentar a visibilidade”, explica Raquel Carvalho, engenheira têxtil e Senior Project Manager na Scoop. O projecto, que está a ser desenvolvido desde junho de 2018, surgiu quando a empresa, em conversas com o CITEVE, percebeu que havia a necessidade de criar um equipamento de protecção individual para a área das energias. “Existem muitas soluções de workwear, mas nenhuma desenhada especificamente para estes profissionais que têm um trabalho com características muito distintas”, esclarece.

Para conhecer a real experiência de trabalho destes profissionais, o consórcio conta com a participação, para além da SCOOP, CITEVE e CeNTI, da empresa de telecomunicações Viatel, que serve como caso de estudo para a aplicação dos desenvolvimentos. “Para nós é importante ter a participação do utilizador final, e estamos a desenvolver o fato com os contributos que a Viatel nos dá, mas a ideia será criar algo que seja adaptável a vários ramos da área das telecomunicações e energias de média e alta tensão”, explica Raquel Carvalho.

O fato está, assim, a ser desenvolvido tendo em conta a realidade desses técnicos. “Por exemplo, quando falamos em trabalhos em altura, significa que os técnicos utilizam um arnês de segurança, e o fato tem de adaptar-se em termos de ergonomia, para que os bolsos se mantenham úteis e os técnicos tenham a maior liberdade de movimentos e o maior conforto possível”, destaca a representante da Scoop.

Mas para além das estruturas têxteis e do design, o IP VEST traz também a electrónica à equação. O fato conta com um sistema electrónico integrado, que através de uma rede de sensores deteta ameaças externas e presta atenção aos sinais emitidos pelo próprio utilizador. “Tem sensores biométricos, sensores de radiação eletromagnética e de temperatura e humidade externas. Por exemplo, se a temperatura corporal e a taxa de esforço cardio-respiratória ultrapassarem determinados valores, o sistema envia um alerta para o trabalhador e para o responsável da equipa”, explica Ana Barros, investigadora do CITEVE.

O projecto está ainda em fase de prototipagem, com os primeiros materiais e modelos a serem testados. O objetivo será que os técnicos de telecomunicações da Viatel sejam os primeiros a utilizar este fato, mas depois a peça será certificada e comercializada como um equipamento de proteção para vários sectores.

Desde o início que a empresa têxtil de Famalicão tem um logo para o IP Vest, mas está ainda a estudar qual a abordagem aos mercados. Até porque o projecto de inovação e desenvolvimento está ainda meio do percurso e as versões finais são apenas esperadas para novembro do próximo ano.

O Produto

IP VEST
Desenvolvido em consócio pela Scoop, Viatel, CITEVE e CeNTI

O que é? Vestuário profissional inteligente e com protecção multirrisco, dotado de estruturas têxteis avançadas e de sensores biométricos Para que serve? Protecção de profissionais na área das telecomunicações ou energia, sobretudo em trabalhos de exterior e em altura, mas pode ser adaptado a outras áreas da indústria Estado do projeto? Prototipagem e desenvolvimento do produto

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