T52 - Abril 20
Produto

Máscara em 100% algodão biodegradável

Foi uma das primeiras máscaras sociais a serem certificadas pelo CITEVE e é um exemplo da resposta rápida e versátil que a indústria têxtil portuguesa está a dar ao novo paradigma. Em poucas semanas, a Tintex e a marca Daily Day, do grupo LaGofra, criaram uma máscara individual, com uma só camada, que para além de cumprir as especificações técnicas da Direcção-Geral de Saúde, é também sustentável e procura afirmar-se até como um elemento estético e de moda

António Moreira Gonçalves

O projecto arrancou com o abalo da epidemia. Com o comércio de portas fechadas e as populações em confinamento, Tintex e Daily Day viram também a sua atividade descer de forma acentuada. No entanto, à primeira chamada para a produção de equipamentos de protecção individual (EPI), a resposta foi automática: “Quando percebemos que iriam existir orientações técnicas para a produção de máscaras, colocamos logo mãos à obra”, conta Filipe Prata, diretor-geral da marca de vestuário Daily Day. “Já tínhamos visto algumas máscaras a surgirem no mercado, mas produzir sem certificação não faria qualquer sentido ”, acrescenta Ricardo Silva, Head of Operations da Tintex.

Do catálogo da Tintex foi selecionada uma malha 100% algodão, com estrutura interlock e capaz de garantir um elevado nível de respirabilidade e retenção de partículas. “Procuramos manter o foco nos materiais naturais, porque temos também de começar a pensar no fim de vida das máscaras. O 100% algodão é biodegradável e neste artigo temos ainda uma certificação, a Bluesigne, que é a mais exigente do mundo na gestão de químicos”, destaca Ricardo Silva.

A partir da malha da Tintex – já certificada pelo CITEVE para a produção de máscaras – a Daily Day confeccionou o modelo Protect 1 para uso comunitário. “Procuramos criar uma máscara simples e confortável. Muitas vezes na rua vemos pessoas com as máscaras mal colocadas, sem cobrir o nariz, e isso é sinal de que os modelos são desconfortáveis. Não queríamos isso”, explica Filipe Prata.

Nesse sentido a aposta confecção com apenas uma camada. “Há uma tendência para duas ou três camadas, mas isso não significa que proteja mais”, afirma Filipe Prata, que viu a sua máscara ser uma das primeiras certificadas pelo CITEVE. Por enquanto para uma reutilização até às 5 lavagens, mas está a ser testada a hipótese de elevar esse número para 25.

Atualmente a Daily Day produz 25 mil máscaras por dia, uma capacidade que em breve subirá para as 50 mil: o lay-off de 50% da equipa será levantado e a empresa adquiriu até novos equipamentos para semiautomizar a produção de máscaras.

Para a marca este é sobretudo um projecto a longo prazo e com projecção além-fronteiras. “Por enquanto estamos a responder aos pedidos em Portugal, quer a encomendas online, como a fornecer municípios e outras instituições. Mas depois vamos aceitar encomendas do exterior. É provável que a situação das máscaras venha a durar um ano e meio a dois anos”, adianta Filipe Prata. Para o diretor-geral da marca, as máscaras de protecção podem até tornar-se um acessório de moda. “No Oriente isso já acontece, e entre nós aconteceu o mesmo com os óculos de sol, que para além da protecção são hoje sobretudo um elemento estético. Não tenho dúvidas que o raciocínio de moda vai aplicar-se às máscaras”, afirma o gestor, colocando já os olhos no horizonte pós-Coronavírus.

O Produto

Máscara Protect 1
Desenvolvida pela Tintex e Daily Day

O que é? Máscara sustentável reutilizável e produzida numa só camada Para que serve? É indicada para o uso comunitário, podendo ser utilizada em espaços como supermercados ou transportes públicos Estado do projeto? Certificada pelo CITEVE e já disponível no mercado

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