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Outrora uma empresa de serviços, a Acatel quer ter em mãos toda a cadeia de valor que só a verticalidade da produção viabiliza, quer em termos industriais quer das margens do negócio. Nesse contexto, e segundo disse Susana Serrano ao T Jornal, “estamos a desenvolver coleções, a desenvolver produto”, “é toda uma nova estratégia que está em curso”.
Com foco na sustentabilidade de toda a cadeia produtiva e na circularidade do produto, a Acatel tem apostado nos recursos naturais como matéria-prima – como são o exemplo dos que recorrem às cascas de banana e de ananás – só possível através de um investimento importante em termos de investigação e desenvolvimento. Mas também em termos da área industrial: “acabámos de investir cerca de 1,2 milhões de euros numa caldeira de biomassa” que permitirá à empresa um novo posicionamento num segmento, o da energia, que é a principal dor de cabeça da indústria.
“Os preços da energia estão a um nível que era inimaginável até há pouco”, diz Susana Serrano – que, para além dos investimentos feitos pela empresa que dirige, afirma estar muito esperançada na capacidade da federação europeia Euratex em convencer a União Europeia da necessidade de fazer qualquer coisa no conjunto dos 27 países do bloco que lhes permita, sem distorcer a concorrência entre todos, fazer face ao problema.
Neste contexto de fortes desafios internacionais, Susana Serrano antecipa que a Acatel poderá, no final de 2022, atingir o mesmo nível de volume de negócios do ano anterior: cerca de 15 milhões de euros. O grupo Impetus, de que a Acatel faz parte, responde por cerca de 14% do total da faturação. Diretamente, a exposição da empresa às exportações era da ordem dos 15% em 2021, mas Susana Serrano está convencida que a margem poderá ir até aos 20% no final deste exercício.