Bebiana Rocha
Os eurodeputados do Comité do Meio Ambiente apresentaram na passada quinta-feira, dia 27 de abril, as suas recomendações para a estratégia europeia de têxteis sustentáveis, circulares e produzidos de forma socialmente justa. Entre os principais pontos está a proibição da destruição de peças não vendidas.
“Os consumidores sozinhos não podem reformar o sector têxtil global por meio de hábitos de compra”, declarou Delara Burkhardt, social-democrata alemã, durante a reunião. “Se deixarmos o mercado autorregular-se deixamos as portas abertas para o modelo de fast-fashion”, assinalou.
Como já tem sido falado, e ficou mais uma vez vincado nesta reunião, os têxteis vendidos dentro da União Europeia devem ser no futuro mais duráveis, fáceis de reutilizar, reparar e reciclar. Devem igualmente ser feitos com a maior percentagem possível de fibras recicladas e livre de químicos.
Em cima da mesa esteve novamente a questão do passaporte digital do produto, como uma ferramenta fundamental para ajudar o consumidor final a decidir pelas peças mais sustentáveis, com toda a informação necessária sobre o produto.
O comité pede também uma revisão da Diretiva-Quadro de Resíduos para incluir metas mais específicas sobre a recolha e tratamento dos resíduos, que culminará depois na eliminação dos aterros. A minimização da libertação de microplásticos e microfibras nos oceanos é outra das preocupações na agenda.
A votação final em plenário está prevista para junho. Recorde-se que a apresentação da estratégia da UE para os têxteis sustentáveis e circulares foi apresentada em março do ano passado com o objetivo de implementar os compromissos do European Green Deal, o novo plano de ação para a economia circular e a estratégia industrial.