17 fevereiro 23
Indústria 4.0

Ana Rodrigues

STVgoDigital lança a ITV no caminho da indústria 4.0

O STVgoDigital é um programa de digitalização da cadeira de valor da ITV (STV em inglês), considerado estruturante pelo Cluster Têxtil e que esteve em grande destaque no MODTISSIMO 60+1 pela mão do CITEVE. Estruturado em 5 PPS (Produtos, Processos e Serviços), é uma rampa de lançamento para a indústria 4.0.

O projeto tem como objetivo englobar um conjunto de iniciativas de I&D de forte caráter coletivo e elevado efeito indutor e demonstrador, com o envolvimento central de empresas da fileira têxtil e do vestuário e de outros sectores complementares, estando, por isso, alinhado com um dos pilares do Cluster Têxtil: Tecnologia e Moda – a indústria 4.0 e a digitalização.

O primeiro dos 5 PPS é o ID Sustentável e Circular 4.0 (PPS1), que visa medir a sustentabilidade e a circularidade de um produto. “A ideia é olhar para o produto e conhecer a sua pegada, o que irá ser obrigatório por lei” explica Miguel Sá, R&D Engineer do CITEVE. No QR Code consta informações como: o índice de sustentabilidade, a cadeira de abastecimento, o SAC (score ambiental circular) e o SES (score económico social), os consumos específicos (água, produtos químicos, pegada carbónica e resíduos valorizados) e a informação sobre manutenção e conservação.

Com a Cadeia de Abastecimento 4.0 (PPS2) é fornecida às empresas uma solução digitalizada e eficaz à sua cadeia de abastecimento. “A ideia é que o pedido vá diretamente do meu sistema informático (RP) para outro sistema informático”, explica Assunção Mesquita, gestora do PPS2. Deste modo, é possível compreender o estado da encomenda, apenas através da consulta desta plataforma. “A solução está disponível para os mesmos RP’s, para diferentes RP’s ou, até mesmo, para empresas de pequena dimensão que não tenham sistema informático. Nesse caso é possível atualizar toda a informação sobre a encomenda através de um portal”, detalha. “A ideia é digitalizar todo o processo e disponibilizar toda a informação e aplicar em todos mercados – pois foi desenvolvido num referencial internacional -, e é uma poupança de tempo para todos os intervenientes no processo”, conclui a gestora do PPS2.

O Ecosistema da Moda 4.0 (PPS3) é uma plataforma em que designers, produtores e recicladores podem desenvolver um projeto conjunto e “através da microfábrica que de forma automática produz um produto”. É só inserir as necessidades da peça e cada interveniente pode inserir a informação relativa ao processo que lhe diz respeito e “a microfábrica tornará a informação inserida no portal em código e produzirá um produto que combate o fast fashion, pois a ideia é produzir uma só peça única”, explica o R&D Engineer.

Já o Trabalhador 4.0 (PPS4) é um exosqueleto que pretende auxiliar as costureiras nos movimentos repetitivos. “Através do estudo dos movimentos dos trabalhadores foi desenvolvido um exosqueleto alimentado por inteligência artificial” e que, portanto, analisa as necessidades “através de um conjunto de sensores que estão nos cotovelos, costas e cervical e que são acionados para oferecer suporte de movimentos ao trabalhador”, explana Miguel Sá.

Por fim, a Inteligência Artificial para a ITV 4.0 (PPS5) é constituída por uma máquina com duas câmaras de alta qualidade que estão colocadas para registar a peça produzida “e que através de inteligência artificial analisam se existe algum erro de produção no produto e aí fazem a decisão se é necessário modificar algo na linha de montagem ou se o produto pode seguir, por exemplo”, detalha o R&D Engineer.

Com a fase de teste decorrer até junho de 2023 , o projeto envolve 16 empresas e sete entidades não empresariais do sistema de ID&I: TMG, A. Sampaio, Armando da Silva Antunes, S.A., Associação CCG/ZGDV, Associação Fraunhofer Portugal, CeNTI, CITEVE, Cinfetil, Domingos de Sousa & Filhos, ERT, F3M, INESC TEC, INFOS, Inovafil, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, LMA, Latino, MTEX, Neadvance, Pafil, Têxteis Penedo, Tintex Textiles e Universidade da Beira Interior.

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