Portugal pode fazer máscaras para os 515 milhões da UE

Com modelos já testados e aprovados e capacidade de fabrico instalada, a ITV portuguesa quer abastecer todo o mercado europeu e assim possibilitar o regresso da actividade económica. A disponibilidade já foi comunicada à União Europeia, através da Euratex – Confederação Europeia do Têxtil e Vestuário.

A matéria faz o grande destaque da primeira página da edição desta segunda-feira do Jornal de Notícias, noticiando que “Portugal avança com plano para vender máscaras a 515 milhões de europeus” e que “certificação está à espera de luz verde de Bruxelas”.

Membro do board da Euratex, o presidente da ATP – Associação têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado, explica que “é, no fundo, a autorização para podermos exportar um produto que, estando certificado em Portugal, seja aceite nos outros países”. A notícia refere ainda que a nossa ITV é a única na Europa “capaz de produzir com qualidade e baixo preço para os europeus que residem nos 27 estados-membros, mais o Reino Unido”.

Com normas de produção definidas e processo de certificação e garantia do CITEVE já em vigor, a indústria nacional está já a garantir as necessidades do mercado interno nesta matéria. Mas “uma coisa é falarmos no mercado português, que são 10 milhões de habitantes, outra é do mercado europeia que são mais de 500 milhões de habitantes” reforça o presidente da ATP.

Dai que tenha vindo a defender a ideia de que este pode ser um negócio com futuro e que a têxtil portuguesa se assuma como um cluster nesta matéria. No imediato, a exportação de máscaras afigura-se decisiva para pôr fim ao confinamento e permitir o regresso ao trabalho, “decisivo para salvar a economia europeia”, permitindo também à Europa pôr fim à comprometedora dependência de equipamentos de saúde das importações da Ásia, sobretudo da China.