20 março 23
Moda

Ana Rodrigues & Bebiana Rocha

Portugal Fashion II: Nem só de histórias se fazem os desfiles

Não é apenas de histórias que se fazem desfiles e foi nas antigas instalações da Fiat, um espaço amplo, despojado e com alguns graffitis que Hugo Costa, Miguel Vieira e a marca Pé de Chumbo apresentaram na passada sexta-feira e sábado as suas criações para a próxima estação AW 23-24.

Hugo Costa seguiu, mais uma vez, os seus instintos criativos e apresentou no Portugal Fashion uma coleção sem conceito, um conjunto de ícones da marca com uma nova reinterpretação. Um veludo verde serviu de ponto de partida para a produção de um estilo streetwear com silhuetas exageradas.

O desfile desta temporada foi um regresso à predominância dos modelos masculinos, regressando onde tudo começou – na Plataforma Bloom – e retomando elementos clássicos da alfaiataria. Assumidamente sem história ou conceito e questionando-se sobre o modo de fazer as coisas, a nova coleção do professor da Universidade Lusófona e coordenador da plataforma de jovens criadores do PF, contém as habituais silhuetas mais clássicas reinterpretadas em materiais desportivos e vice-versa.

Miguel Vieira presenteou o público com a sua habitual elegância numa coleção intitulada ‘Ne me quittes pas’, em referência à música de Jacques Brel, num apelo a que “não deixem de ver coleções ou de consumir moda”, diz o designer em declarações ao Público. Blazers estruturados, vestidos em cetim esvoaçantes e peças com golas pronunciadas são os traços que mais saltam nas novas criações. Em termos de paleta de cores o preto volta a ser a cor de eleição, combinada com branco neve, cinzento glaciar e amarelo vibrante.

Já a marca Pé de Chumbo trouxe vestidos com costas abertas e casacos quentes e confortáveis. Alexandra Oliveira, criadora da marca, usou pela primeira vez rama de resíduos têxteis: “É prensado. Depois fazemos o mesmo processo de costura”.

Partilhar