27 setembro 21
Indústria

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Pedro Lima está de saída da Lantal/Gierlings Velpor

Produtora de tecidos de veludo para várias áreas de negócio, desde a moda e confeção até à decoração e transportes (comboio, metro e autocarro) a Lantal Textiles SA (ex-Gierlings Velpor) vai deixar de contar com a colaboração do seu diretor de vendas para a área da Moda. Detida pela suíça Lantal AG, a empresa de Santo Tirso quer concentrar-se em exclusivo nos tecidos para o setor dos transportes.
A novidade, com contornos de grande surpresa, ecoou em Paris pelos corredores da Première Vision, onde tivemos oportunidade de interpelar Pedro Lima sobre as razões de tão inesperada notícia.


É verdade que está de saída da Lantal Portugal. Pode-nos explicar os motivos?
É mais a consequência da atual estratégia que o acionista tem para a empresa.
O negócio principal da Lantal são tecidos para transportes e o acionista vai privilegiar ainda mais essa área e vai acabar com uma das divisões mais emblemáticas e históricas da empresa que é a moda e tecidos para confeção. Assim sendo, não faz muito sentido continuar nesta empresa a partir do fim do ano.


E como se sente com essa decisão do acionista?
Francamente, um pouco desapontado e até triste por ver acabar um departamento que teve tanta importância e relevância no passado nesta empresa e com tanta e longa história de décadas. É, no fundo, uma parte da história da Gierlings Velpor que vai desaparecer.


O que leva Lantal a tomar essa decisão, como a justificam?

É uma questão que só o acionista pode responder, mas como o core business do negócio da Lantal são tecidos para transportes, é bem possível que queiram dar prioridade à produção desse tipo de tecidos na unidade em Portugal em detrimento da área de Moda.


Pessoalmente, sente-se confortável com a decisão?
Não é realmente fácil depois de tantos anos ver acabar esse departamento que tantas alegrias e sucessos nos proporcionou. Mas não posso fazer mais nada, pois é uma decisão do acionista suíço e é seguramente irreversível.


Sendo um histórico da Têxtil Nacional como e onde se vê depois desta etapa de tantos anos de dedicação a esta Indústria?
Sinceramente vou ter de pensar mesmo nisso pois só agora comecei a interiorizar a ideia que brevemente abandonarei esta empresa. Mas, seguramente, vejo-me a continuar a trabalhar e a colaborar nesta indústria, seja como consultor , gestor ou na área de mercados internacionais, seja num projeto ou numa empresa onde a experiência acumulada de tantos anos seja útil. Não me vejo parado nem desejo isso.


Vamos continua a vê-lo na têxtil?
Espero bem que sim. E depois de tantos anos de trabalho, tantas viagens, tantas feiras nacionais e internacionais, vários projetos de investimento, acho e desejo continuar de alguma maneira ligado à indústria têxtil. Sinto que um capítulo se fecha nesta empresa, mas que se poderá abrir um novo numa outra empresa ou projeto. Há sempre uma certa nostalgia ao sair duma empresa onde nos sentíamos bem, mas a vida continua, como muitas vezes nos dizia o Sr. Américo Amorim, com quem trabalhei vários anos. E, por isso, ansioso pelo futuro próximo.

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