29 Novembro 19
Boosting Innovation(s)

Mariana D'Orey

“Na ERT já se está a pensar no veículo de 2035”

Como setor automóvel tem ciclos longos, a ERT já está a pensar com o horizonte em 2035. O exemplo apresentado por Fernando Merino no Boosting Innovations promovido pelo CeNTI e Cluster Têxtil ilustra o desfasamento que pode haver entre as soluções inovadoras e o negócio imediato.

“Apesar dos sucessivos prémios que temos alcançado, que são muito bons para motivar os colaboradores, a verdade é que ainda temos muita dificuldade em fazer negócio com as soluções onde inovamos”, disse Fernando Merino, durante a sessão da tarde do Boosting Innovation(s), na Biblioteca Almeida Garret, no Porto.

A última sessão do seminário organizado pelo CeNTI e pelo Cluster Têxtil – Tecnologia e Moda juntou no palco especialistas de diferentes setores de atividade, do têxtil (ERT e TINTEX), à energia (EFACEC) ou construção e ambiente (SOLANCIS e DST), para discutir a aplicabilidade das Key Enabling Technologies (KETs) no tecido empresarial português.

Há mais de seis anos a apostar no departamento de inovação e marketing estratégico, Fernando Merino admite que a ERT já desenvolveu “excelentes contactos, mas ainda não tivemos frutos a nível de negócio porque o sector automóvel tem ciclos demasiado grandes. Neste momento já se está a pensar no veículo de 2035”, explica.

Para Pedro Magalhães, diretor de inovação da TINTEX, a solução parece estar numa relação mais estreita com as universidades e centros de investigação, onde se deverá fixar a inovação fundamental. “Na TINTEX concentramo-nos na inovação processual como diminuir consumo de água, ou consumo de energia. Todos temos de fazer mais e mais rápido para encurtar o time to market dos produtos inovadoras”, defende.

Os especialistas são unânimes ao considerar o papel das KETs como fundamental para a competividade das empresas portuguesas. “A inovação é darwnista: quem inova evolui, que não inova fica para trás”, remata Pedro Magalhães.

Partilhar