15 setembro 21
Economia

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Moratórias: Bancos vão propor mobilização dos depósitos

Num quadro em que os depósitos das empresas dos setores mais afetados pela pandemia cresceram de forma significativa nos últimos seis meses graças às moratórias e a outros apoios mobilizados pelo Estado, os bancos vão sugerir a mobilização desses recursos como forma de evitar incumprimentos no período pós-moratórias – que a ATP tem vindo a sinalizar como um período crítico para o setor têxtil.

Mário Jorge Machado, presidente daquela estrutura associativa, tem sido muito ativo na reivindicação de um período de transição no final das moratórias, que permita enquadrar por um lado, os temores de incumprimento das empresas e, por outro, as obrigações de resposta dos capitais próprios do bancos para cobertura dos créditos.

Segundo avança o Jornal Económico, os bancos deverão negociar soluções caso a caso com as empresas dos setores mais afetados pela pandemia, e a mobilização dos depósitos irá funcionar como complemento às garantias que o Estado vai conceder a estas empresas após o fim das moratórias, a partir de 30 de setembro.

O Banco de Portugal espera que a banca tenha uma atitude pró-ativa junto dessas empresas, procurando encontrar soluções que minimizem o risco de incumprimento no crédito e o impacto do fim das moratórias no balanço dos bancos.

O BdP está relativamente tranquilo quanto ao impacto do fim das moratórias, em parte porque os depósitos das empresas não-financeiras tiveram um forte crescimento desde o início da pandemia, à boleia dos apoios que foram concedidos, refere o jornal.

Medidas como o lay-off simplificado, as moratórias, o apoio à retoma progressiva e as linhas de crédito com garantia pública foram utilizadas por muitas empresas para a criação de almofadas de liquidez. Os dados do regulador apontam para que entre 30% a 40% dos depósitos acumulados pelas empresas entre março e setembro de 2021 tenham origem nessas medidas de apoio à economia.

Com o fim das moratórias, a garantia pública que o Governo vai criar terá um limite de 25% dos créditos e de até dez milhões de euros por cliente. O Banco de Portugal considera este teto máximo adequado porque a medida poderá aplicar-se a empresas de pequena e média dimensão.

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