Maria Monteiro
Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), 27% dos países do mundo dependem do sector da moda para sustentarem as exportações da sua indústria, o que resulta numa grande exposição do PIB ao segmento têxtil. O fenómeno é especialmente sentido na Ásia – com o exemplo mais claro do Bangladesh: 40% das suas exportações são produtos de moda.
“Quase três em cada dez países do mundo, 53 estados no total, têm têxteis, vestuário e calçados entre os cinco itens mais exportados” e “outros dezoito têm uma dessas categorias no top 5 dos produtos que mais importam “, segundo o relatório Trade Profiles 2022 da OMC.
Banglasesh, Sri Lanka, Nepal e Paquistão são, segundo a organização, os países que mais dependem do sector. No primeiro caso, dos 40%, os produtos mais vendidos são camisas masculinas, camisolas de malha, e ternos, cujo principais destinos são a União Europeia, Estados Unidos e China.
Tapetes, fios e têxteis de fibras sintéticas, bolsas e tecidos de juta são as cinco categorias que o Nepal mais exporta, todas ligadas ao setor da moda, embora juntas respondam por apenas 1,7% de suas vendas no exterior. No Sri Lanka, o fabrico de soutiens representa cerca de 7% das suas exportações. No caso do Paquistão, os fatos masculinos são a categoria mais exportada, embora as matérias-primas, como o algodão ou o linho e os tecidos de algodão estejam entre os cinco primeiros.
Etiópia, Lesoto e Mianmar são outros países fortemente dependentes do sector da moda, com quatro produtos do sector entre as categorias que mais vendem no exterior. Entre os restantes países que têm pelo menos um produto de moda nas categorias que mais vendem no estrangeiro estão: Austrália, Azerbaijão, Guatemala, Gâmbia, Etiópia, Líbia, Marrocos, Turquia, Iémen, Zimbabué ou São Tomé e Príncipe.