Bebiana Rocha
A MMRA completa no mês de novembro 40 anos. A empresa de base familiar ainda se considera “uma criança”, mas tem trilhado o caminho no sentido da internacionalização. É com o suporte da inovação e da sustentabilidade que espera conseguir aguentar a tempestade atual e garantir a sua longevidade.
“Quando a Maria Madalena surgiu era uma empresa de confeções, no desenrolar dos tempos fomos alterando para malhas e, atualmente, a parte de confeção existe mas com outro nome”, conta Joaquim Monteiro, do departamento financeiro, um dos quatro sócios, em entrevista ao T Jornal.
“Inicialmente não fazíamos comercialização, mas sim prestação de serviços, foi com o passar dos anos que começamos a comprar fios, a vender malhas em cru e mais tarde acabadas”, conta sucintamente.
A empresa começou com apenas um tear, três trabalhadores e uma área produtiva de 150 metros quadrados. Hoje em dia a MMRA tem 27 colaboradores (52 se contarmos com a empresa de confeção), uma área coberta de 5600 metros quadrados e uma capacidade produtiva de 130 a 140 toneladas de malha mensais.
Este é um percurso que orgulha os fundadores, mas Joaquim Monteiro admite que se vivem tempos difíceis na têxtil. “Estou nisto há 45 anos e não me lembro de um ano tão complicado como este. Em termos de trabalho não está fácil, não há encomendas suficientes”, confidencia, lembrando que o peso dos impostos e os constantes aumentos de preços nas matérias-primas e transportes não colaboram.
Devido à conjuntura a empresa terá uma quebra na ordem dos 30% no seu volume de negócios. “Vamos fechar o ano com uma faturação de 2 milhões de euros, normalmente o nosso volume de negócios ronda os 3 milhões”, concretiza.
Para contrariar a maré a MMRA oferece produtos novos – “só com a inovação conseguimos ganhar mais. Aquilo que fazíamos há 10 anos hoje já não nos dava dinheiro e fazer o que toda a gente faz também não. Mesmo em termos de quantidade sabemos que temos de fazer grandes e pequenas encomendas, porque grandes quantidades significam preços mais reduzidos”, continua Joaquim Monteiro.
A empresa de malhas exporta entre 10 a 15% da sua produção, o objetivo é aumentar nos próximos anos essa percentagem para os 50%. Mas, como “não se faz mercado de um dia para o outro”, têm apostado na presença em feiras.
“Os países que trabalhamos são: Alemanha, Espanha, Roménia, França, Bélgica e ainda temos um cliente nos Estados Unidos (embora o envio para este cliente é sempre feito para Roménia) mas é de todo nosso interesse conseguir mais nos Estados Unidos, mas devagar”, diz.
Para o futuro a empresa pretende continuar a apostar no seu departamento de desenvolvimento, em maquinaria para aumentar a eficiência produtiva, está também nos planos uma possível mudança de instalações e ainda novas contratações. “Não vamos virar as costas às adversidades”, garante Joaquim Monteiro.