21 maio 20
Indústria

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Miguel Pedrosa Rodrigues: o grande desafio é setembro

O grande desafio para a indústria têxtil será a possível retoma no próximo mês de setembro – uma vez passados estes meses de abril e maio em que a produção normal da indústria se manteve genericamente parada, sem que “entrassem quaisquer encomendas”, disse ao T Jornal Miguel Pedrosa Rodrigues. Na sua perspetiva, a ‘travessia do deserto’ pode só acabar em 2023.

O CEO da Pedrosa & Rodrigues, fornecedora de algumas das principais marcas mundiais desde 1982, afirma que “verdadeiramente, o impacto da pandemia ainda não começou a sério. Será em setembro que se vai poder aferir a dimensão do desafio financeiro” e de produção que o setor têxtil nacional vai enfrentar.

E, na perpetiva de Miguel Pedrosa Rodrigues, esses desafios vão impactar de forma duradoura o setor têxtil nacional: “não acredito que os dois próximos anos sejam positivos; quando muito, só a partir do final de 2022 ou de 2023 assistiremos a uma normalização do setor”.

Nessa altura, acredita, o mercado “estará mais desanuviado” e as empresas que lá chegarem poderão com certeza contar com um novo período de forte crescimento dos negócios. O problema é que é preciso chegar lá, recorda.

Para isso, e na sua perspetiva, é fundamental que o ‘lay-off’ simplificado seja estendido por mais algum tempo – como estava, aliás, previsto desde o início pelo Ministério da Economia. Mas isso pode não chegar: “ninguém acredita que as empresas possam estar em ‘lay-off durante os próximos dois anos”. A alternativa pode ter de passar pelas leis do trabalho.

Miguel Pedrosa Rodrigues considera que o deserto que se apresenta à produção têxtil nacional (e não só) e que obrigatoriamente terá de ser atravessado vai deixar pelo caminho as empresas que não estiverem mais bem posicionadas financeiramente ou aquelas que não puderem contar com a flexibilização de algumas leis que não servem para os tempos de guerra.

“Não podemos ter uma estrutura montava para produzir 100 se as encomendas só forem de 50”, concluiu o administrador da Pedrosa & Rodrigues

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