Bebiana Rocha
A Medica Dusseldorf, maior feira na área da saúde da Europa, ainda vai a meio mas o balanço das empresas portuguesas presentes na Alemanha não podia ser mais positivo: a comitiva nacional tem chamado a atenção de clientes dos quatro cantos do mundo, com especial destaque para o mercado europeu, mas também asiático e dos Estados Unidos, aos quais a produção nacional não passou despercebida.
Particularmente satisfeita com os dois primeiros dias de feira, a Raclac afirma estar a “experienciar uma grande afluência” de clientes, sobretudo “da Alemanha e países nórdicos, que têm naturalmente a tecnologia e a segurança como pilares, e procuram serviços e produtos premium”. A empresa, líder na área das luvas de nitrilo, está a apresentar a sua nova gama Advance. “São as primeiras luvas no mundo a serem inspecionadas a 100%”, salienta Raquel Pinho, da direção comercial da Raclac. A inspeção é feita de forma totalmente automatizada: “somos pioneiros também nesse aspeto, temos um AQL associado ao controlo de furos e defeitos melhor do que outras empresas que operam neste mercado de luvas não estéreis” sublinha. A posição central e junto a uma das entradas na feira, bem como a comunicação eficaz através de vídeo, tem ajudado a Raclac a levar mais longe o bom nome da produção portuguesa. Está também neste momento a patentear um inovador dispensador de luvas, no âmbito das boas práticas de não contaminação.
A participar pela segunda vez, a Inarbel afirma que a feira está “dentro das expectativas”. O CEO José Armindo Ferraz espera mais movimento para os dias que restam, mas mostra-se satisfeito com os novos contactos estabelecidos com buyers da Inglaterra, Espanha, Itália e Estados Unidos. “Tivemos também clientes da Ásia”, acrescenta o responsável pela jovem marca SKYLAB.
Também o fórum apresentado pelo CITEVE, em conjunto com a Associação Selectiva Moda, tem atraído olhares pelo carácter inovador dos projetos, que estarão presentes até dia 17 de novembro, quinta-feira. “Notamos mais movimento do que na última edição. Parece a Medica a que estávamos habituados antes da pandemia”, avança Cristina Castro, relações públicas do CITEVE. O centro tecnológico, que auxilia as empresas têxteis nos mais variados projetos, levou para a Medica, entre outros, um fato de recuperação muscular, batas cirúrgicas reutilizáveis e um novo projeto de desenvolvimento de materiais para pensos para feridas. “Outro projeto que está a suscitar a curiosidade de quem passa é uma almofada que monitoriza a qualidade do sono”, acrescenta Cristina Castro.
ASPECTO, Barcelcom, Inarbel, Oasipor, Pharmia e Trim NW são as empresas From Portugal presentes na Medica, que abriu na passada segunda-feira. A estas juntam-se ainda o CITEVE, CeNTI, HydruStent e Raclac.
A participação das empresas portuguesas PME na Medica é uma iniciativa da Selectiva Moda e da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área da Moda. O projeto “From Portugal” é co-financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020 – Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização e de Lisboa 2020 – Programa Operacional Regional de Lisboa, tendo um montante de apoio elegível de 6.648.794,78 €, dos quais 3.735.305,80 € são provenientes da União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.