28 julho 20
Indústria

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Máscara que inativa o vírus com eco internacional

O destaque é do canal EuroNews, que anuncia a inovação da ciência e tecnologia têxtil portuguesas com a máscara que inactiva o vírus e resiste à Covid-19. “Cientistas em Portugal reivindicam uma grande inovação na tecnologia de proteção contra o novo coronavírus”, noticia a EuroNews, que entrevista o virologista Pedro Simas, do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa. Por cá, no Expresso, o comentador Henrique Raposo tece loas à novidade que vem do Vale doAve e recomenda aos lisboetas que reforcem a competitividade da região norte.

Explicando como funciona a máscara MOxAd-Tech resultante do projecto de cooperação que juntou a Adalberto Estampados e a Sonae, pelo lado industrial, o CITEVE, o Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa e a Universidade do Minho, pelo lado da investigação, o canal de noticias europeu realça que “a equipe diz que esse efeito protetor permanece o mesmo após 50 lavagens, tornando a máscara altamente reutilizável”.

Pedro Simas, do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa (IMM), um dos virologistas que trabalharam no projecto, explica que o efeito protetor da nova máscara “é mais uma ferramenta, outro elemento de uma máscara, que além de uma barreira física, agora pode fornecer uma barreira química”, disse.

A EuroNews explica ainda que “o ingrediente ativo destas máscaras já foi testado com sucesso pelo instituto francês Pasteur de Lille contra o vírus H1N1 e contra o rotavírus”, acrescentando, “para aqueles preocupados com o revestimento para o rosto que é certificado pela OEKO-Tex, o que significa que não contém substâncias nocivas e é seguro para uso humano”.E enquanto a notícia começa a correr mundo, por cá o comentador Henrique Raposo tece loas à novidade e ao trabalho conjunto da ciência e da indústria têxtil, juntando ácidos comentários para a atmosfera mediática de Lisboa, que tem dificuldade em valorizar o made im Portugal.

“A melhor máscara do mundo anti-covid é portuguesa, mas, como vem do Vale do Ave, a narrativa lisboeta vai desprezá-la, tal como desprezou esta e outras regiões industriais durante a crise da troika”, refere o comentador, frisando que “num contexto mundial marcado pela pio pandemia desde os anos 60, a indústria e a ciência portuguesa conseguiram produzir aquela que é, para já, a melhor máscara do mundo”.

O isto, sublinha, revela-nos várias coisas: Em primeiro lugar, que “Portugal tem uma indústria muito mais sofisticada e robusta do que se pensa. Que há gente a trabalhar, a inovar, a produzir, a exportar. Aliás, foi assim que saímos da última crise”; depois, que “a atmosfera mediática criada em Lisboa não sabe lidar com os casos positivos da nossa economia e não compreende que a nossa economia, sobretudo no norte litoral, é muito mais interessante e pujante do que se pensa”; e ainda que “a Lisboa mediática também não percebeu porque é que o norte teve o primeiro surto do vírus: a economia do norte está mais integrada na indústria europeia do que a economia de Lisboa”.

Por tudo isto e em jeito de conclusão, aconselha a que “saiam da carapaça lisboeta e reforcem a competitividade deste norte litoral (Braga, Porto, Aveiro)”.

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