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A nova Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), que agrega retalhistas de centros comerciais – predominantemente têxteis e restaurantes – esteve ontem reunida com o Presidente da República, alertando Marcelo Rebelo de Sousa para a falta de equidade na partilha de sacrifícios entre senhorios e lojistas.
A associação entregou ao Presidente um estudo que mostra que por cada 175 mil euros de prejuízos para os lojistas, os senhorios registam apenas mil. Depois do alerta feito ao Governo, da necessidade de legislar sobre a carência das rendas no período de encerramento total ou parcial da atividade do setor, a AMRR fez o mesmo com Marcelo Rebelo de Sousa.
Miguel Pina Martins, porta-voz e um dos fundadores da associação, referiu em comunicado que “a associação deixou claro que as marcas estão a ser profundamente afetadas por esta crise sem precedentes e que o estudo entregue mostra claramente que não está a haver partilha de sacrifícios. Para além das rendas, os lojistas têm de pagar o lay off dos seus trabalhadores, muitos têm de pagar salários por completo porque precisam de colaboradores para assegurar o trabalho nos armazéns, segurança, trabalho administrativo e outros serviços e têm ainda de pagar as despesas comuns dos centros comerciais”. “O Presidente da República compreendeu as nossas preocupações”.
Recorde-se que a associação apresentou recentemente os resultados do inquérito realizado junto dos lojistas que operam mais de 100 marcas e apurou que mais 91% dos inquiridos não paga rendas desde o encerramento dos estabelecimentos, a 15 de março, 55,1% suspendeu os pagamentos a fornecedores, uma vez que durante este período as receitas foram inexistentes. Apenas 7,3% dos associados tem meios para evitar uma insolvência nos próximos 12 meses. 80,5% dos associados refere que a sobrevivência depende de três fatores: comportamento do mercado, negociação com os centros comerciais e apoios do governo (prorrogação do lay off).
A associação conta atualmente com mais de 100 marcas que representam mais de duas mil lojas de norte a sul do país.