09 Outubro 19
Moda Infantil

Cláudia Azevedo Lopes

Italianos seduzidos pelo estilo britânico da B’Lovely

Não se sabe ao certo se é dos smocks, dos bordados ou das malhas delicadas, mas a verdade é que a marca de roupa infantil B’Lovely é um autêntico sucesso em Itália. “Os italianos adoram esta coleção. Tivemos uma cliente de Nápoles que nem sequer quis saber preços. Gostam e pronto. Fartaram-se de nos comprar smocks… Simplesmente deliram”, conta ao T a proprietária da marca, Cristina Ribeiro.

Uma surpresa para a empresária, tendo em conta que o alvo definido para a B’Lovely foi o mercado britânico, mais em linha com o estilo clássico da marca, que ainda assim se bate com Itália no que diz respeito ao volume de encomendas.

“Esta coleção foi pensada para o Reino Unido porque é um mercado mais clássico e esta é também uma coleção clássica, com bons materiais, muitos pormenores muitos detalhes. Ora, isto encarece muito os preços. Os ingleses, que inicialmente tínhamos idealizado como o nosso target, também gostam da coleção, mas reclamam do preço: acham o valor mais puxado”, completa.

A B’Lovely, que se posiciona como uma marca de gama alta, é 100% feita em Portugal, e tem entre os seus fornecedores marcas de renome nacional como a Somelos, a Vilarinho ou o Armazém dos Linhos. Não é portanto difícil de imaginar que tenha agradado aos exigentes compradores italianos e é mais uma prova da tendência que parece ser transversal ao nosso sector têxtil: que Portugal está a assumir o estatuto de nova Itália, agora um dos principais países compradores do têxtil português.

Fundada em 2017 por Cristina Ribeiro e Florbela Santos (que entretanto deixou o projeto), a marca só este ano conseguiu descolar, após alguns contratempos em 2018 que forçaram a uma reorganização da estratégia da B’Lovely. A presença na mais recente edição da na Pitti Bimbo e na Indx, em Junho deste ano, foram essenciais para estabelecer contactos com vários agentes e levar a marca até múltiplas latitudes.

Pensada para a exportação – em Portugal tem um único cliente, o El Corte Inglès de Lisboa, que representa cerca de 30% do volume de negócios – a marca já se encontra presente no Reino Unido, Bélgica, Inglaterra, Itália, Alemanha, e Estados Unidos da América, e o objetivo é continuar a crescer.

“Queremos aumentar as vendas e a faturação de forma conseguirmos suportar um aumento dos recursos humanos, nomeadamente na produção, na logística e na área comercial”, confessa Cristina.

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