17 junho 20
Comércio

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Inditex constrói na Galiza estúdio gigante para o online

A aposta da Inditex no online tem mais um um objetivo concreto: gerar nas plataformas digitais até 25% do total das receitas em 2022 – e para isso está prestes a inaugurar um estúdio com cerca de 64 mil m2 onde passará a produzir as fotos e os vídeos que vão servir as campanhas de todas as suas marcas globais. Fica em Arteixo, Galiza, e pode ser uma boa notícia para a indústria nacional.

Paralelamente, o grupo galego vai aumentar as suas equipas dedicadas especificamente às plataformas. Com o comércio online a ter neste momento um peso próximo dos 15% das receitas, a Inditex vai também implementar um sistema Rfid, que na prática permitirá que cada loja opere como se se tratasse de uma pequena plataforma de distribuição – no sentido de diminuir os prazos de entrega.

Para o grupo, o acervo fotográfico é um dos processos críticos do comércio eletrónico da moda: as imagens dos produtos são fundamentais num canal no qual a roupa não podem ser tocada e isso exige centenas de novas fotos toda semana, o que contrasta com a ‘meia dúzia’ de fotos necessárias por ano para os tradicionais catálogos de publicidade.

Esra estratégia já está a ser usada por exemplo na Amazon, que possui quatro estúdios de moda em Nova Iorque, Londres, Tóquio e Gurugram (Índia), o primeiro deles inaugurado em 2013. Várias outras marcas investiram em locais próprios para a realização de fotos e vídeos, mas nenhum deles se compara com o ‘gigantismo’ do projeto da Inditex.

Segundo informação oficial da do grupo fundado por Amancio Ortega, a Zara será a primeira marca a testar as novas opções estratégicas do grupo em relação ao online, mas posteriormente todas elas passarão para o âmbito do plano de desenvolvimento do comércio digital.

Há já um par de anos que a Inditex tinha isolado o online como uma das ferramentas essenciais para o aumento da receita, mas o confinamento veio expor as suas vantagens num quadro de resposta ao confinamento – a que o mercado respondeu positivamente. O que o confinamento (e o aumento do online) também permitiu perceber foi que a produção de proximidade é um fator crítico do sucesso da aposta digital, o que permite boas perspetivas para a indústria nacional, que se encontra a ‘alguns minutos’ da sede do grupo e não a milhares de quilómetros, como sucede com as fábricas da China, do Vietname ou do Bangladesh.

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