02 março 19
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Farfetch fatura mais de mil milhões em 2019

A Farfetch, grupo de vendas online de produtos de luxo, fechou o ano de 2019 com prejuízos de 373,7 milhões de dólares, apesar de ter conseguido aumentar a faturação em 69%, ultrapassando os mil milhões de dólares. O grupo fundado por José Neves tinha reportado prejuízos de 155,1 milhões de dólares no final de 2018 – ano em que a faturação foi de 602,3 milhões.

O grupo realça em comunicado oficial que a plataforma por si gerida, apesar de se manter a acumulação de prejuízos, cresceu quase o dobro da indústria da moda e que a empresa “melhorou significativamente” a margem do EBITDA ajustado, estando agora a caminho do lucro: 121,3 milhões de dólares no final de 2019, face aos menos 95,9 milhões no ano anterior.

Segundo José Neves, citado pelo comunicado, a Farfetch “conquistou firmemente o lugar de destino global do luxo no universo digital”, e em 2020 a empresa está pronta para acrescentar novas oportunidades disponíveis no mercado do luxo online.

O grupo diz que o ‘breakeven’ operacional é esperado em 2021 – o que quer dizer que, mesmo não chegando a resultados líquidos positivos nos exercícios de 2020 e de 2021, este poderá ser o ano em que os resultados operacionais positivos venham a ser alcançados. Para Luís Teixeira, chief operations officer da Farfetch, o EBITDA ajustado reflete a melhoria dos resultados operacionais.

A reação dos investidores em Wall Street – que foi muito negativa a quando da divulgação dos resultados do terceiro trimestre – permitiu uma valorização de 5%, para 10,95 dólares por ação, tendo atingido um pico de 11,45 dólares na passada sexta-feira.

Captar quota de mercado, melhorar margens e reduzir custos, num quadro em que a Farfetch está este ano muito ativa em termos de crescimento por aquisições, é a estratégia subjacente à intenção de atingir o breakeven em 2021. No entanto, os responsáveis do grupo descartam, para já, quaisquer novas aquisições.

O grupo diz, por outro lado, que a epidemia de coronavírus não teve até agora um impacto significativo nas operações, uma vez que o modelo de negócio — baseado numa larga rede de fornecedores e distribuidores e em vendas ‘não presenciais’ — torna a empresa “particularmente resiliente” à situação.

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