Ana Rodrigues
Nos primeiros nove meses de 2022, a Farfetch reduziu o seu lucro após impostos para menos de metade do mesmo período de 2021, o que levou à redução das previsões para o ano pela terceira vez. O lucro registado foi de 521,5 milhões de dólares, uma quebra de 62% face ao período comparável de ano anterior.
Só no terceiro trimestre do ano, a empresa de comércio online de moda de luxo entrou em prejuízo com valores de 274,9 milhões de dólares, em comparação com os quase 1,4 milhões que ganhou em igual período de 2021. Ainda assim, as vendas da empresa aumentaram 6% nos primeiros nove meses, para cerca de 1,7 mil milhões de dólares – no terceiro trimestre faturou 593,3 milhões – o que representa um crescimento ano-a-ano de 1,8%. No acumulado do ano, o nível de stock da Farfetch aumentou 19,2%, atingindo os 304,7 milhões de dólares.
Quanto ao valor bruto de merchandising (GMV), a previsão é para que caía entre 5% e 7% no ano inteiro, face às estimativas anteriores que apresentavam um crescimento até 5%. Neste sentido, a margem do resultado operacional bruto ajustado (EBITDA)será negativa, entre os 3% e os 5%.
Elliot Jordan, diretor financeiros da empresa com sede em Londres realça, em comunicado, que há “num ambiente macroeconómico sem precedentes”. Como tal, no ano financeiro de 2023, a Farfetch espera compensar o declínio no mercado russo e colher receitas através dos seus novos acordos com a Reebok, Neiman Marcus ou a Salvatore Ferragamo e da compra da Yoox-Net-a-Porter (Ynap), onde assumiu 47,5% do capital e adquirirá o restante das ações da empresa num futuro próximo.
Como enfatizou, em comunicado, o executivo Elliot Jordan, “já estamos a analisar os primeiros benefícios do nosso plano de racionalização de custos e tenho a certeza que voltaremos a registar crescimento de rentabilidade em 2023”.