Maria Monteiro
Enquanto parceiro da Agenda Mobilizadora Pacto para Bioeconomia Azul, o CITEVE participou ontem na assembleia geral que decorreu no auditório do Oceanário de Lisboa. O objetivo da Agenda é desenvolver novas estruturas têxteis a partir de resíduos marinhos, tingimentos e acabamentos funcionais.
O tratamento de efluentes da indústria têxtil a partir de algas e bactérias de origem marinha está também dentro do âmbito do projeto. Os resultados esperados são novas estruturas têxteis produzidas a partir de redes de pesca recicladas, tingidas e funcionalizadas com algas marinhas e uma linha de vestuário e calçados produzidos com base em resíduos e recursos marinhos.
Para tal, é necessário fazer uma avaliação da reciclabilidade de redes de pesca por via mecânica, produzir novos fios têxteis com base em fibra cortada (obtida a partir de redes de pesca recicladas e extratos de algas), desenvolver novas estruturas têxteis (tecidos, não-tecidos e malhas) a partir dos fios e fibras provenientes de resíduos e recursos marinhos, novos tingimentos e funcionalização têxtil utilizando extratos de algas, ensaios laboratoriais para avaliação/validação dos parâmetros de qualidade das estruturas têxteis e apoio no desenvolvimento de demonstradores para vestuário.
Defendendo um novo paradigma sustentável, inovador e descarbonizador, que encontra no mar uma resposta ao desafio da escassez global de recursos terrestres e reunindo variadas indústrias nacionais, o Pacto da Bioeconomia Azul prevê desenvolver novos produtos, processos e serviços resultantes da incorporação de bens da bioeconomia azul em novas ou já existentes cadeias de valor, com impacto positivo no ambiente, na vida dos consumidores e nas exportações nacionais.