António Moreira Gonçalves
A têxtil Marjomotex MJM tinha para 2020 grandes expectativas, com o culminar de um projecto de internacionalização arrancado quatro anos antes. A pandemia veio baralhar os planos, mas ainda assim a empresa viu algumas das suas apostas serem bem-sucedidas. O investimento na confecção de casualwear e as parcerias com marcas focadas no online permitiu à empresa subir 30% nas vendas. “Mas sem Covid ainda seria melhor”, afirma a diretora-geral Mónica Afonso.
Especializada na confecção de calças – da modelação aos acabamentos – a Marjomotex tem vindo a apostar cada vez mais em modelos de casualwear, afastando-se das peças mais formais. “Estamos a falar de calças de ganga, calças de sarja ou os modelos jober, por exemplo, com um elástico na cintura, peças casuais e confortáveis, que não entram no formal mas que também não são desporto nem pijama”, explica a responsável da empresa localizada em Outiz, Vila Nova de Famalicão.
Em tempos de confinamento, a aposta não podia ser mais acertada, com o público a privilegiar o conforto mais do que nunca. Mas para além do casualwear, a empresa juntou-lhe outro ingrediente de sucesso. “Os nossos clientes estão muito no mercado online, estamos a falar de marcas jovens, que já estão habituadas ao e-commerce, e o online disparou com a pandemia”, acrescenta Mónica Afonso.
No entanto, a diretora-geral da empresa acredita que o ano teria tudo para ser melhor, se não fosse a pandemia. “Arrancamos com a internacionalização há quatro anos e já esperávamos que os resultados se começassem a sentir. Realmente sentimos que foi um bom ano, mas tivemos as lojas e as fronteira fechadas durante meses.”
Durante a primeira fase da pandemia, a empresa dedicou-se também ao design e à confecção de máscaras, tendo certificado dois modelos, um de pregas e outro em bico de pato, comercializando-as como um equipamento de protecção mas também como um acessório de moda. “Na altura foi importante, porque muitas das encomendas estavam suspensas e sem matérias-primas, até pelo fecho de fronteiras. Agora é um artigo que vamos manter no nosso catálogo, sempre com alguma diferenciação, com design e como complemento de moda, mas estamos de novo focados no nosso negócio habitual”, explica a gestora.