29 janeiro 21
Inovação

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Cabine que desativa o vírus no vestuário já está no mercado

Chama-se PHYS e é o resultado de uma parceria entre a fabricante MTEX NS, o CITEVE e a Universidade Católica. A cabine que inactiva o SARS-CoV-2 em peças de vestuário, calçado e objectos já está a ser comercializada e resulta de um projecto que teve esta manhã a sua apresentação final. A par da sua utilidade imediata, as três entidades envolvidas destacam o seu potencial muito para além do combate à Covid-19. Um passo importante e decisivo para que no curto prazo todos os EPI (Equipamentos de Proteção Individual) passem a ser reutilizáveis, um enorme avanço do ponto de vista ambiental mas também em redução de custos no sector da saúde.

Foi a partir do CITEVE, com transmissão online e ligação à Faculdade de Biotecnologia da Universidade Católica, que os tês promotores apresentaram o desenvolvimento do projecto. A ideia partiu da necessidade de encontrar tecnologias sustentáveis de desinfecção de produtos têxteis para inactivar vírus, fungos e bactérias nos produtos têxteis. A par da óbvia necessidade, o Diretor Geral do CITEVE, Braz Costa, frisou também a importância de envolver no cluster têxtil os fabricantes de bens e equipamentos.

“Com a apresentação deste projecto este é um dia feliz, já que junta parceiros do sistema científico e tecnológico com empresas na criação e desenvolvimento de tecnologias que fazem a diferença para os cidadãos”, destacou Braz Costa, explicando que a MTEX NS é uma especialista em tecnologias de impressão digital para têxteis que se empenhou em avançar com soluções no combate à Covid-19.

À capacidade industrial da empresa, o centro de investigação juntou o conhecimento em materiais têxteis. A solução não passava apenas por desactivar o vírus, era ainda necessário garantir que os tratamentos não atacam as matérias têxteis, o que fez com que a parceria envolvesse também a Universidade Católica (UC).

Um trabalho que consistiu “na análise da resistência e processos térmicos na desativação, na avaliação da capacidade anti-microbiana do ozono e das radiações V no interior e exterior das peças de vestuário”, explicou por sua vez Paula Teixeira, que lidera a equipa da UC envolvida do projecto. “Trabalhamos também para medir a capacidade de destruição nos materiais  e na quantificação da inactivação do vírus”, adiantou ainda.

O processo envolveu também a Salsa – tal como o CITEVE e a MTEX NS, também localizada em Famalicão – e ainda a Academia do FC Famalicão, que instalaram as cabines de desativação do vírus onde os resultados foram sendo monitorizados. “Foi a partir da experiência com a cabine que a Salsa instalou na loja de Santa Catarina, no Porto, que decidimos alargar os testes a metais e plásticos, que entram no vestuário, como é o caso dos botões”, adiantou O CEO da MTEX, Elói Ferreira.

O líder da empresa adiantou que depois de validada e comprovada a sua eficácia na desativação do SARS-CoV-2, a PHYS está no mercado desde finais de Dezembro. A inovação já está patenteada, custará à volta de 12.500€ e é um produto único. “Não detetamos no mercado nenhum produto com estas características e capacidade”, disse Elói Ferreira questionado sobre o assunto.

Além de várias redes e colégios privados em Espanha que já a estão a instalar, a PHYS vai também em breve fazer parte dos equipamentos do Museu Guggenheim de Bilbau, que já garantiu a respectiva encomenda.

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