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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou um pacote de cinco medidas energéticas urgentes e de implementação imediata a nível dos Estados-membros para fazer face aos “preços astronómicos da energia”. Uma delas é o estabelecimento de um teto máximo para o preço do gás russo.
Todas estas medidas estão em debate numa reunião dos 27 a ter lugar amanhã, 9 de setembro, mas é já possível detectar duas linhas que inevitavelmente vão entrar em confronto: a da Comissão Europeia, apoiada por exemplo pela Holanda, que quer um teto para o gás russo; e a da Itália, que quer um teto máximo para a venda de todo o gás natural vendido na União Europeia.
Ora, as sanções impostas à Rússia pela União determinaram que a quota de venda de gás natural russo sofresse uma quebra drástica: neste momento apenas 9% (segundo a própria União Europeia) do gás vendido na Europa vem da Rússia. Isso implica que um teto ao gás russo terá um impacto muito reduzido. No caso português, esse impacto será nulo, dado que não há gás russo a circular nas condutas.
Bruxelas tem vindo a negociar com fornecedores como os Estados Unidos, Noruega (que já é o maior fornecedor da União Europeia), Azerbaijão e Argélia, entre outros. Mas o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Stoere, já disse que conversou com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para lhe explicar que a questão de um eventual teto para o pagamento do gás nunca esteve previsto quando a União se apressou a procurar alternativas ao gás natural russo. E convém recordar que a Noruega não é um país da União Europeia!
A responsável da UE não avançou ainda qual será este teto máximo a impor, mas garantiu que pode ser posto em vigor “muito rapidamente”. Recorde-se que a federação europeia do sector têxtil, o Euratex, já exigiu uma medida geral para o preço do gás (todo o gás), com um teto máximo de 80 euros por MG/W, mas ainda não obteve resposta. Vários empresários do sector já disseram ao T Jornal que apoiam a medida.