17 Julho 20
Confecção

António Moreira Gonçalves

Arpitex duplicou faturação com exportação de máscaras

Sem nunca parar a produção de vestuário, a Arpitex encontrou nas máscaras de protecção uma nova oportunidade para alargar horizontes. Com o investimento em novas máquinas especializadas atingiu uma capacidade produtiva de 600 mil máscaras por semana, fornecendo o gigante francês Chargeurs. Um negócio que atingiu o seu pico em Maio, e mesmo estando já a abrandar, permitiu à empresa de Guimarães chegar a Junho com 5 milhões de euros em faturação, o mesmo valor de todo o ano de 2019.

“Fui contactado uma semana antes da Páscoa, com uma proposta para produzir máscaras. Já havia outras empresas a fazê-lo, mas para nós era uma nova área”, conta Armindo Pimenta Machado, fundador da Arpitex, empresa de Guimarães especializada em vestuário. Apesar de continuar a ter encomendas dos seus clientes habituais, o empresário não deixou passar a oportunidade. “O contacto vinha do grupo francês Changeurs e logo na altura falaram numa produção de milhões, pelo que reuniram vários fornecedores da região”, lembra.

Com um produto certificado em França – o tecido é fornecido pelo próprio cliente – a empresa começou a confeccionar máscaras reutilizáveis para 25 lavagens, exclusivamente para o mercado gaulês. “Na primeira semana produzimos 80 mil máscaras, na semana seguinte 150 mil e passado uns meses já estávamos na casa das 600 mil semanais. O pedido que tínhamos era para produzir o máximo”, conta Pedro Pimenta Machado diretor-geral da Arpitex (na foto).

Para isso a empresa investiu mais de 50 mil euros na compra de equipamentos especializados, com destaque para a compra de duas novas prensas rotativas de termocolagem adaptadas à produção de máscaras (foto abaixo). Para além disso, reuniu uma rede de 50 fornecedores subcontratados para dar resposta às encomendas.

Em junho o negócio abrandou.“Pediram-nos para parar de produzir, muito provavelmente porque o mercado começou a dar sinais de saturação, mas estou convencido que o negócio poderá voltar”, adianta o diretor-geral da empresa, que ainda tem algumas das últimas encomendas à espera da recolha.

Um esforço de adaptação que permitiu à Arpitex chegar a junho com um volume de negócios na ordem dos cinco milhões de euros – o mesmo valor com que tinha fechado 2019. “O negócio das máscaras foi um extra, porque o nosso trabalho em vestuário manteve-se. Nunca tivemos necessidade de recorrer ao lay-off, por exemplo”, explica Pedro Pimenta Machado.

Sediada em Creixomil, Guimarães, a Arpitex emprega 65 pessoas e é especializada na confecção de moda em regime Private Label, sobretudo vestuário em malha, tanto para Homem como Senhora.  França, Dinamarca, Holanda, Espanha e Estados Unidos são os seus principais mercados.

 

Arpitex_Mascaras_Maquinas

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