Cientista ou artista?
Fashion Forward

Dolores Gouveia

Nestes tempos de ansiedade, de incerteza político-económica, social, ambiental em que os indivíduos se questionam sobre o futuro, a arte apresenta-nos vias de consideração e distintas trajetórias.

Artistas (ou cientistas), muitas vezes visionários, dão corpo a múltiplas formas de observar, refletir, viver e projetar futuros…. Sim, porque não existe um único caminho, ou um único futuro, mas sim trajetos…futuros!

A arte digital tem crescido exponencialmente, influenciando a estética mainstream, mas provocatoriamente inspirei-me na arte (ou ciência?) do reconhecido Robert Bueltman para desenvolver os moods da estação de Primavera Verão 2025.

Um perfil que identifico como híbrido e renascentista – pensador, estudioso e experimentador curioso, sempre criativo. Nas últimas duas décadas oferece ao mundo uma visão estética única da “natura”, da vida.

Robert Bueltman acredita, conforme argumenta Oliver Sacks que: “A biofilia, o amor pela natureza e pelos seres vivos, é uma parte essencial da condição humana. A hortofilia, o desejo de interagir, administrar e cuidar da natureza, também está profundamente incutida em nós. Os efeitos das qualidades da natureza sobre a saúde não são apenas espirituais e emocionais, mas também físicos e neurológicos.” 

A sua arte, é a sua forma de celebrar a sua paixão e a sua conexão com a natureza; de confrontar-nos com o mistério, singularidade, complexidade de plantas e flores, bem como, de expor-nos sua à beleza eletrizante, exotismo estrutural e cromático.

Arte digital
Tem crescido exponencialmente, influenciando a estética mainstream
 

Não há lentes a distorcer a cor e segundo o fotógrafo muitas das tonalidades que obtém não são possíveis de alcançar digitalmente.

Bueltman, não usa computador, lente ou câmara e produz todas as suas imagens no seu laboratório de fotografia. A técnica de Bueltman é uma extensão elaborada do que é conhecido como fotografia Kirlian, que ganhou expressão no final da década de 1930. Àquela época, a técnica científica tinha como objeto a captura do espírito ou aura dos organismos vivos.

“Esses pioneiros e seu trabalho visionário na fotografia Kirlian, como ficou conhecida, inspiraram-me a fazer obras de arte que apresentam a beleza e a maravilha que anima a vida em todas as suas formas.”: Robert Bueltman.

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